quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Bahia. Contaminação de amianto: MPF requer pagamento de indenização e tratamento das vítimas pela Sama.

Contaminação de amianto: MPF requer pagamento de indenização e tratamento das vítimas pela Sama
O Ministério Público Federal (MPF) em Vitória da Conquista (BA) requer que a Sama Minerações Associadas cumpra decisão judicial e garanta tratamento às 11 pessoas contaminadas pela extração de amianto na jazida “São Félix do Amianto”, município de Poções, a 464 km de Salvador. Os requerimentos de cumprimento provisório de sentença – um em nome de cada vítima –foram protocolados na Justiça Federal na segunda-feira (2).
Em decisão de 18 de agosto, a Justiça Federal determinou que a Sama deveria de imediato cumprir as seguintes obrigações: incluir as vítimas em plano de saúde com amplo atendimento na região Sudoeste da Bahia ou região onde morem, com cobertura de atendimento ambulatorial e hospitalar; pagar o valor de um salário mínimo e meio, mensal e vitaliciamente; fornecer medicamentos e equipamentos necessários ao tratamento da doença a que foi acometida cada pessoa contaminada.
Na sentença, a Justiça concedeu tutela antecipada aos pedidos, obrigando a mineradora a cumprir as determinações desde a data da publicação da sentença. Os pedidos de cumprimento de sentença protocolados visam garantir que a mineradora cumpra as obrigações e garanta tratamento às vítimas.
O MPF requer que a Sama cumpra as determinações judiciais, incluindo as parcelas vencidas e as vincendas relativas ao pagamento de um salário mínimo e meio.
Número para consulta processual: 2009.33.07.000988-3 – Subseção Judiciária de Vitória da Conquista.
Assessoria de Comunicação - Ministério Público Federal na Bahia - Tel.: (71) 3617-2295/2294/2296/2200 - E-mail: prba-ascom@mpf.mp.br - www.twitter.com/mpf_ba.
Link:          http://www.mpf.mp.br/ba/sala-de-imprensa/noticias-ba/contaminacao-de-amianto-mpf-requer-pagamento-de-indenizacao-e-tratamento-das-vitimas-pela-sama                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

A PGR Raquel Dodge, defende a legalidade de candidaturas avulsas nas eleições brasileiras, sem a necessidade de filiação partidária.


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Foto - Procuradora Geral da República Raquel Dodge.
Corte analisará na quarta e na quinta-feira temas eleitorais, já que prazo para aplicação de novas regras para eleições gerais de 2018 termina em 7 de outubro.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, manifestou-se em duas ações que serão apreciadas nesta quarta (4) e quinta-feira (5) no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre questões eleitorais. Uma delas questiona o percentual do Fundo Partidário destinado ao financiamento de campanhas eleitorais de candidatas mulheres. 
A outra trata da legalidade de candidaturas avulsas não vinculadas a partidos nas eleições brasileiras. As matérias serão apreciadas pelo STF esta semana, pois o prazo para a definição de novas regras destinadas às eleições de 2018 termina em 7 de outubro.
“Participação política em condições reais de igualdade é imprescindível ao empoderamento das mulheres e sua afirmação como cidadãs e verdadeiros sujeitos de direitos”, defende Raquel Dodge no memorial entregue ao STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5617. Na ação, a PGR questiona norma da Lei 13165/2015 que define montantes do Fundo Partidário para o financiamento de campanhas eleitorais de candidatas do sexo feminino pelo período de três eleições. 

De acordo com a manifestação da PGR, parte do que está no artigo 9º da referida lei - que determina a destinação de no mínimo 5% e no máximo 15% dos recursos do Fundo Partidário para as candidaturas femininas - não protege de forma suficiente o direito à participação política de mulheres. Além disso, agride o direito fundamental à igualdade entre homens e mulheres. 

“A Constituição da República, ao consagrar a democracia, o pluralismo político e a igualdade de gênero, não só garante que mulheres participem da política em igualdade de condições em relação a homens como eleva essa garantia à condição de direito fundamental”, afirma. Dodge também sustenta que a proporção mínima do fundo partidário destinado à candidatura de mulheres deve ser coerente com a quantidade de vagas a elas reservadas, ou seja, 30%.  

No documento, Raquel Dodge destaca que apenas 8,6% dos parlamentares na Câmara dos Deputados são mulheres, uma participação proporcional muito baixa, ficando atrás de países como Emirados Árabes Unidos, que conta com 22,5% de mulheres no Legislativo, por exemplo. Para ela, aumentar este percentual é essencial para superar outros entraves da igualdade de gênero. “Temas como violência contra a mulher, misoginia, inserção e igualdade no mercado de trabalho, garantia de direitos reprodutivos, entre outras, não podem ser adequadamente discutidos sem a presença de mulheres no parlamento”, afirma.

Outro ponto assinalado pela procuradora-geral da República é o prazo de três eleições para a vigência da destinação dos recursos financeiros. Para ela, cinco anos não é tempo suficiente para alterar desigualdade histórica de gênero que se reflete na baixa presença de mulheres na política brasileira. “A reserva de 30% das vagas para candidatas tem seu potencial transformador esvaziado quando não acompanhada de correspondente reserva de recursos financeiros pelos partidos, fixada por tempo suficiente a provocar transformações estruturais da sociedade”.  

Candidaturas avulsas –  A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também apresentou manifestação no ARE 1054490. O agravo questiona decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e defende a legalidade de candidaturas avulsas nas eleições brasileiras, ou seja, sem a necessidade de filiação partidária. Em relação ao mérito, a PGR defendeu que o agravo deve ser provido com base em dispositivos do Pacto de São José da Costa Rica, promulgado no Brasil pelo Decreto 678/1992. A norma garante a todo cidadão o direito de votar e ser votado e veda qualquer restrição a essa capacidade eleitoral por motivos diversos dos estabelecidos na própria Convenção, entre os quais não se inclui a filiação partidária.  

Além disso, embora a Constituição Federal brasileira coloque a filiação partidária como um dos requisitos de elegibilidade, tal exigência não está nas cláusulas de eternidade da Carta Magna. Diante do conflito entre a Constituição Federal e o Pacto de São José da Costa Rica, segundo a PGR, deve prevalecer a norma internacional. “Os partidos representados no Congresso Nacional abriram mão, validamente, da função de organizações intermediárias exclusivas entre governantes e governados, ao terem aprovado o Pacto de São José”, concluiu Dodge no parecer. 


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terça-feira, 3 de outubro de 2017

MPF/MA defenderá critérios para evitar fraudes no processo de seleção para ingresso de indígenas nos cursos da Ufma.


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O tema será discutido na Audiência Pública que acontecerá no dia 10 de outubro, às 14h, no Campus Universitário do Bacanga.
A Universidade Federal do Maranhão (Ufma) promoverá audiência pública no próximo dia 10, às 14h, no Auditório da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação/PPGI da Ufma, Campus Universitário Bacanga. 
O objetivo é discutir com a comunidade indígena e entidades representativas novos critérios de comprovação da identidade indígena no processo de seleção para ingresso nos cursos de graduação da universidade, pelo sistema de cotas, de modo a evitar a ocorrência de fraudes que prejudiquem o direito de acesso ao ensino superior por parte dos indígenas interessados.
O evento atende a acordo com o MPF, em reunião promovida na sede da Procuradoria da República no Estado do Maranhão, em atenção à investigação que tramita nos autos do inquérito civil que apura supostas irregularidades no preenchimento das vagas reservadas para as cotas destinadas aos indígenas na Ufma, notadamente nos cursos mais concorridos como Direito e Medicina.
Confira o edital com as regras para a participação da audiência pública aqui.
Inquérito Civil n. 1.19.000.001831/2016-47.
Assessoria de Comunicação - Procuradoria da República no Maranhão - Tel.: (98) 3213-7161 - E-mail: prma-ascom@mpf.mp.br - Twitter:@MPF_MA.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Reitor da UFSC antes de se matar, deixou carta sobre vexame a que foi submetido.

Assembleia Legislativa de Santa Catarina | Reprodução
Foto - Brasil 247.
Alvo da Operação Ouvidos Moucos, que apura desvios de recursos e irregularidades em cursos de ensino à distância no programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), o reitor afastado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, foi encontrado morto nesta manhã em Florianópolis; ele foi preso pela PF em setembro, junto com mais seis suspeitos, e liberado no dia seguinte, mas ainda proibido de entrar na universidade; na carta, ele nega ter obstruído a Justiça, conforme acusação contra ele, e denuncia o que chama de "humilhação e vexame" a que foi submetido; a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma ser "inadmissível que o país continue tolerando práticas de um Estado policial" e o Núcleo da União da Juventude Socialista na UFSC fala em "perseguição política".
247 - Encontrado morto nesta segunda-feira 2, no Beiramar Shopping, em Florianópolis, o reitor afastado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, deixou uma carta sobre o que chamou de "humilhação e vexame" a que foi submetido.
Por meio de nota, a assessoria do shopping informou que um homem teria cometido suicídio nesta manhã, se jogando do vão central do empreendimento. Cancellier era alvo da Operação Ouvidos Moucos, que apura desvios de recursos e irregularidades em cursos de ensino à distância no programa Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Ele foi preso pela Polícia Federal no dia 14 de setembro, junto com mais seis suspeitos, sendo liberado no dia seguinte, mas ainda proibido de entrar na universidade. Na carta, ele nega com veemência ter obstruído a Justiça, conforme apontava a acusação contra ele.
Também em nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirma ser "inadmissível que o país continue tolerando práticas de um Estado policial" e o Núcleo da União da Juventude Socialista na UFSC fala em "perseguição política". Confira abaixo a carta de Cancellier e as duas notas:
"Reitor exilado"
"Não adotamos qualquer atitude para obstruir apuração da denúncia
A humilhação e o vexame a que fomos submetidos — eu e outros colegas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) — há uma semana não tem precedentes na história da instituição. No mesmo período em que fomos presos, levados ao complexo penitenciário, despidos de nossas vestes e encarcerados, paradoxalmente a universidade que comando desde maio de 2016 foi reconhecida como a sexta melhor instituição federal de ensino superior brasileira; avaliada com vários cursos de excelência em pós-graduação pela Capes e homenageada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Nos últimos dias tivemos nossas vidas devassadas e nossa honra associada a uma "quadrilha", acusada de desviar R$ 80 milhões. E impedidos, mesmo após libertados, de entrar na universidade.
Quando assumimos, em maio de 2016, para mandato de quatro anos, uma de nossas mensagens mais marcantes sempre foi a da harmonia, do diálogo, do reconhecimento das diferenças. Dizíamos a quem quisesse ouvir que, "na UFSC, tem diversidade!". A primeira reação, portanto, ao ser conduzido de minha casa para a Polícia Federal, acusado de obstrução de uma investigação, foi de surpresa.
Ao longo de minha trajetória como estudante de Direito (graduação, mestrado e doutorado), depois docente, chefe do departamento, diretor do Centro de Ciências Jurídicas e, afortunadamente, reitor, sempre exerci minhas atividades tendo como princípio a mediação e a resolução de conflitos com respeito ao outro, levando a empatia ao limite extremo da compreensão e da tolerância. Portanto, ser conduzido nas condições em que ocorreu a prisão deixou-me ainda perplexo e amedrontado.
Para além das incontáveis manifestações de apoio, de amigos e de desconhecidos, e da união indissolúvel de uma equipe absolutamente solidária, conforta-me saber que a fragilidade das acusações que sobre mim pesam não subsiste à mínima capacidade de enxergar o que está por trás do equivocado processo que nos levou ao cárcere. 
Uma investigação interna que não nos ouviu; um processo baseado em depoimentos que não permitiram o contraditório e a ampla defesa; informações seletivas repassadas à PF; sonegação de informações fundamentais ao pleno entendimento do que se passava; e a atribuição, a uma gestão que recém completou um ano, de denúncias relativas a período anterior.
Não adotamos qualquer atitude para abafar ou obstruir a apuração da denúncia. Agimos, isso sim, como gestores responsáveis, sempre acompanhados pela Procuradoria da UFSC. Mantivemos, com frequência, contatos com representantes da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União. Estávamos no caminho certo, com orientação jurídica e administrativa. O reitor não toma nenhuma decisão de maneira isolada. Tudo é colegiado, ou seja, tem a participação de outros organismos. E reitero: a universidade sempre teve e vai continuar tendo todo interesse em esclarecer a questão.
De todo este episódio que ganhou repercussão nacional, a principal lição é que devemos ter mais orgulho ainda da UFSC. Ela é responsável por quase 100% do aprimoramento da indústria, dos serviços e do desenvolvimento do estado, em todas as regiões. Faz pesquisa de ponta, ensino de qualidade e extensão comprometida com a sociedade. É, tenho certeza, muito mais forte do qualquer outro acontecimento".
LEIA MAIS: Reitor da UFSC é encontrado morto. https://www.esmaelmorais .com.br/2017/10/reitor-da-ufsc-e-encontrado-morto/

Massacre nos Estados Unidos. Ataque em Las Vegas deixa pelo menos 58 mortes foram confirmadas e mais de 500 feridos.

ATUALIZAÇÃO
tragédia em Las Vegas Stephen Paddock

Até agora, 58 mortes foram confirmadas e mais de 500 feridos após um homem atirar do 32º andar do Mandalay Bay, um famoso cassino e resort de Las Vegas (EUA), contra uma multidão de aproximadamente (40 mil pessoas) que participava de um festival de música country na noite deste domingo (horário local, madrugada desta segunda em Brasília). A ação é considerada o maior ataque a tiros da história dos Estados Unidos.
A primeira informação oficial era de que o suspeito teria sido morto por policiais. Mais tarde, no entanto, o xerife Joe Lombardo afirmou que o atirador se matou antes da chegada das forças de segurança. Com ele, foram encontrados 10 armas de grosso calibre.

Stephen Paddock

Stephen Paddock, 64, foi identificado como o responsável pelo ataque. O homem era da cidade de Mesquite, no Estado de Nevada, a 130km de Las Vegas.
“Não temos ideia de quais eram suas crenças religiosas. Agora, cremos que se tratava de alguém que agiu de forma isolada”, disse Lombardo.
Ele descreveu o suspeito como um “homem perturbado que pretendia causar fatalidades em massa” e disse que as autoridades não estavam tratando o caso como um incidente de terrorismo.
Clipes de áudio gravados durante o show sugerem que Paddock teria usado um rifle automático no ataque contra as milhares de pessoas presentes no local.
A polícia diz que uma pessoa identificada como Marilou Danley foi interrogada por ser possível que ela soubesse dos planos de Paddock.
A mulher morava com ele, mas não estava com o suspeito quando ele fez o check in no quarto de hotel, segundo as autoridades. Paddock “usava alguns de seus documentos de identidade”.
Eric Paddock, irmão do atirador, a descreveu como “namorada” do suspeito.
“Estamos estupefatos”, disse Erick Paddock ao jornal Orlando Sentinel. “Não entendemos o que aconteceu.”

O ataque

O motivo do ataque deste domingo ainda é desconhecido.
Paddock teria começado a atirar por volta das 22h (horário local; 1h desta segunda, no horário de Brasília), na direção do Route 91 Harvest Festival, um festival de música country ao ar livre. Mais de 22 mil pessoas estavam no local.
Testemunhas disseram à rede CNN que o som era semelhante ao de fogos de artifício e também ao de vidro quebrando.
Uma testemunha contou que viu um homem ferido no pescoço “e, depois, as pessoas começaram a cair como moscas”.
O cantor Jason Aldean, que conseguiu escapar, estava no palco quando os espectadores ouviram as primeiras rajadas de tiros.
Em poucos segundos, a música parou de tocar. Em um vídeo, uma mulher fala “abaixa, fica abaixado” pouco depois da interrupção da música, e um clima de confusão domina o local. Menos de um minuto depois é possível ouvir novos disparos.
Muitas pessoas correram na tentativa de se proteger dos disparos. Elas buscaram abrigo em hotéis, restaurantes e no aeroporto McCarran.
Vários vídeos do momento dos disparos foram divulgados nas redes sociais.

Repercussão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou o ataque “um ato de pura maldade”. Ele também prestou condolências às vítimas e às famílias “no terrível tiroteio em Las Vegas”. “Deus abençoe vocês”, afirmou no Twitter.
O cantor Jake Owen, que se apresentava no festival, publicou no Twitter: “Tiros. Rezem a Deus. Amo vocês. Amo você, Pearl”. Depois, afirmou que estava “rezando para todos aqui em Vegas”. “Eu testemunhei o evento mais inimaginável hoje à noite. Estamos bem. Outros, não. Por favor, rezem”.
A cantora Lauren Alaina, que se apresentou no sábado no festival de música country, afirmou que está “rezando para todos no Route 91”. “Aquela multidão foi uma das melhores. Essa notícia é devastadora”.
A MGM Resorts, dona do Mandalay Bay Resort, mandou condolências às vítimas e registrou a “resposta rápida” da polícia e dos serviços de emergência. O governador de Nevada, Brian Sandoval, qualificou o ataque como ato de violência.
O Papa Francisco está “profundamente triste” pela “tragédia insensata” ocorrida em Las Vegas, segundo o Vaticano.
O ex-presidente Barack Obama também lamentou a tragédia. “Michelle e eu estamos rezando pelas vítimas em Las Vegas. Nossos pensamentos são com suas famílias e todos que estão passando por outra tragédia sem sentido”, afirmou no Twitter.
Em nota divulgada na manhã desta segunda pelo Itamaraty, o governo brasileiro repudiou o ataque e afirmou que não há registro de brasileiros entre as vítimas.
“O Brasil condena esse ato de violência e expressa, consternado, seu sentimento de pesar às famílias das vítimas e estende votos de plena e rápida recuperação aos feridos. Até o presente momento, não há registro de brasileiros entre as vítimas”, afirma.

Estado Islâmico

O grupo extremista Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, por meio de sua agência de notícias Amaq. No entanto, até o momento a polícia de Las Vegas não confirmou a ligação com o EI.
De acordo com a Amaq News, o atirador de Las Vegas havia se convertido ao islamismo meses atrás.
Citadas em anonimado pela agência Reuters, duas autoridades americanas disseram “não haver evidências” de que o atirador estivesse ligado ao Estado Islâmico ou a qualquer outro grupo internacional.

Pior ataque a tiros da história

O ataque deste domingo que matou 58 e feriu pelo menos 500 em Las Vegas já pode ser considerado o pior ataque a tiros da história moderna dos EUA.
Até agora, o pior ataque com armas registrado em solo norte-americano havia sido o caso da Boate Pulse, em Orlando, em 12 de junho de 2016. Quarenta e nove pessoas foram mortas e 53 ficaram feridas.
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Ataque durante show em Las Vegas deixa mortos e feridos - Foto Agência EFE
Ataque durante show em Las Vegas deixa mortos e feridos - Agência EFE.

Da Agência EFE.
Pelo menos 20 pessoas que assistiam a um show de música country foram mortas e cerca de 100 ficaram feridas em um ataque a tiros registrado na noite desse domingo (horário local, madrugada de segunda-feira em Brasília) em Las Vegas, nos Estados Unidos (EUA), informaram as autoridades locais.

O chefe da Polícia Metropolitana de Las Vegas, Joe Lombardo, informou, em entrevista, o número de vítimas. Ele informou que o suposto autor do tiroteio foi morto posteriormente pela polícia em um hotel próximo ao local do show.

Uma porta-voz do University Medical Center informou à imprensa local que no hospital foram internadas vítimas do ataque, que apresentavam ferimentos a bala. Outros feridos foram encaminhados ao Sunrise Hospital Medical Center. 

O tiroteio ocorreu durante o Route 91 Harvest Festival, um evento de música country nas imediações do Hotel Mandalay Casino.

A polícia mantém fechada uma ampla seção do Boulevard Las Vegas, que serve de via principal da cidade e é conhecido pela fila de hotéis e cassinos, bem como várias ruas adjacentes.

Por enquanto, as estradas e acessos à região foram fechados e também foram cancelados alguns voos para o aeroporto da cidade.

domingo, 1 de outubro de 2017

Juíza aposta em justiça restaurativa para trabalhar com famílias vítimas de violência doméstica.


Dra. Madgéli Frantz Machado é uma das criadoras do projeto de justiça restaurativa com foco em violência de gênero, no estado | Foto: Guilherme Santos/Sul21.
Fernanda Canofre.
Há um ano, Elisabete, 53 anos, chegou ao seu limite. Depois de passar o dia trocando o piso da casa sozinha, juntou os restos de material, colocou-os em uma sacola e a deixou no local onde o lixeiro passaria no dia seguinte. Foi o suficiente para estourar uma briga entre ela e o irmão J., dois anos mais novo. Os dois viviam sozinhos na casa que herdaram dos pais. As brigas não eram novidade. Mas naquela noite, além de ameaçá-la com duas facas, ele deixou marcas de agressão nos braços dela. Elisabete acionou a Brigada Militar e registrou ocorrência de violência doméstica, pela Lei Maria da Penha, imediatamente.
Vinte anos antes, Elisabete, já havia procurado a polícia para denunciar a violência doméstica que sofria de outro irmão, já falecido. Na época, sem uma lei específica para casos do tipo, ela ouviu da assistente social que deveria deixar a própria casa e procurar um albergue, se queria sair da situação. Desistiu.
Desta vez, foi diferente. Pouco tempo depois de registrada a ocorrência, ela e o irmão foram chamados para audiência de conciliação. O irmão chegou a sair de casa, por um tempo, mas voltou. Cumprindo determinação da justiça, ele se internou por nove meses em uma clínica de reabilitação para alcoolismo e abuso de drogas, antes de voltar a viver com Elisabete. Para ajudar no convívio, o 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, de Porto Alegre, os convidou ainda a participar de um projeto de justiça restaurativa.
“Foi muito bom, ele falou, eu falei e em algumas coisas eu até concordo com ele. Agora, ele tem o canto dele, eu tenho o meu. Mudou o comportamento dele, ele está quieto. A psicóloga disse que ele deveria respeitar os meus relacionamentos e eu os dele”, conta Elisabete.
Os irmãos começaram a participar dos círculos organizados pelo Juizado, uma experiência pioneira no país e que já virou recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em agosto, durante a XI Jornada Maria da Penha, em Salvador, a presidente do Conselho e do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, falou sobre o método, defendendo que a justiça continue aplicando punição aos agressores, mas aliada com tratamentos que ajudem a “restaurar o tecido social”. “Sem isso, vamos ter cada vez um número maior de litígios”, disse.
No Estado, a justiça restaurativa começou a ser aplicada em 2007, em casos que envolviam crianças e adolescentes, com o juiz Leoberto Brancher. Nos casos de violência de gênero, em 2011, no juizado da Dra. Madgéli Frantz Machado.
“Se considerar o processo tradicional, quem vai ser trazido para o Fórum? A vítima e quem praticou o fato. Quando eu falo na justiça restaurativa eu tenho a possibilidade de ampliar a intervenção. Eu tenho possibilidade de trabalhar com a vítima, os apoiadores dela, a rede de saúde, de assistência social. Da mesma forma, em relação ao autor. Por que isso é importante? Porque a partir do momento em que eu vou trabalhar em círculo, vou ter a possibilidade de saber quais as reais necessidades daquela mulher e daquele homem”, explica a magistrada.
Como funciona.
Marcha contra a violência contra as mulheres | Foto: Agência Brasil.
A violência de gênero é diferente de todas as outras. Por isso, o tratamento dado a ela também tem que ser, segundo a juíza. “Ela é decorrente de uma desigualdade entre homem e mulher, justamente por esses papéis sociais que são impostos. Quando é que ela acontece? Quando a mulher não se comporta conforme aquele padrão que a sociedade estabeleceu”.
Enquanto um processo judicial tradicional foca em um fato específico, que ocorreu em determinado dia, hora e local, o trabalho junto à justiça restaurativa permite que possam ir além das consequências e entender tudo o que levou àquele momento. “O processo tradicional não traz nada disso para dentro dos autos. As pessoas vão sair de lá, muitas vezes, só com uma resposta punitiva. E só ela não basta. Não vai servir pra tirar aquela mulher da situação de violência, nem para reeducar o homem”, diz.
O trabalho da justiça restaurativa para casos de violência doméstica conta com várias fases. Primeiro, pessoas capacitadas para trabalhar com casos de violência doméstica avaliam se o caso pode ser encaminhado para círculos de restauração. Ao contrário do que dizem as críticas, que o uso da justiça restaurativa seria apenas uma “desculpa” para juízes aliviarem as pilhas de processos, a seleção para quem está apto a participar do projeto é bastante rígida. Dos 7 mil casos no Juizado da Dra. Madgéli, por exemplo, apenas 45 foram encaminhados para o projeto até dezembro do ano passado. Nenhuma reincidência foi registrada.
O filtro que seleciona quem pode participar, geralmente observa pontos como 1) se as pessoas envolvidas ainda mantêm convívio; 2) a gravidade do caso; 3) se a mulher vítima de violência está em situação de vulnerabilidade ou se pode participar; e o mais importante deles 4) se as pessoas envolvidas estão dispostas, a participar, voluntariamente.
“O facilitador de justiça restaurativa precisa entender o que é a violência contra a mulher, o que é violência doméstica, entender os tipos de violência – stalking, violência psicológica, etc. Na entrevista, ele vai ter que observar se essa mulher não está sendo vítima de outras violências que, talvez, ela não perceba”, explica Ivete Machado Vargas, psicóloga do TJ-RS.
Depois de conhecer cada caso, o facilitador “desenha” o tipo de rede e círculos mais adequados para atender as necessidades daquela família. Isso inclui a lista de pessoas que serão chamadas a participar, os serviços que serão convocados para atender, o encaminhamento que será dado ao caso. Nem sempre a vítima poderá ficar frente a frente com o agressor, por exemplo.
“Quantos casos de mulheres que não têm o apoio da sua família para romper o ciclo de violência? Ainda há esse preconceito. Pais que pensam que, se a filha casou, mesmo que ela esteja sendo agredida, ela precisa manter o casamento. É muito importante fazer uma intervenção em círculo, trazendo a família dela, para que a família se convença, se dê conta da importância de ela ter coragem de denunciar e romper com a violência. Num processo tradicional, a gente jamais teria como fazer esse trabalho”, explica a Dra. Madgéli.
O projeto de justiça restaurativa, no entanto, não interfere em nada do processo criminal ou na pena do agressor. “Eu vejo ela como um instrumento excelente, mas não é para todos os casos. O facilitador tem que ter treinamento em gênero. Estamos tentando elaborar um protocolo para identificar bem o que precisa avaliar, junto com as mulheres. Elas é que estão dizendo como sentem na pele as coisas que as angustiam e que as fazem permanecer em situações de violência”, aponta a psicóloga responsável.
Rede é obstáculo
Serviços tem foco em violência sexual, mas ainda não possuem direcionamento para casos de violência doméstica | Foto: Guilherme Santos/Sul21.
Um dos maiores problemas enfrentados, segundo a juíza, é a demora e a falta de serviços nas redes públicas de atendimento. Especialmente, na área de saúde. Cerca de 80% dos homens que praticam algum tipo de agressão dentro de casa têm envolvimento com álcool, drogas ou com álcool e drogas. Para as vítimas, atendimento psicológico, após os episódios, também é necessário, mas não há nenhum protocolo que as coloque como prioridade.
“Se eu precisar internar um homem, autor de violência, por uso abusivo de álcool e drogas, ele vai entrar na mesma fila, das vagas hospitalares, do que qualquer outro homem. Não existe serviço específico e violência doméstica é algo que não pode esperar. Se eu tiver que esperar um ou dois dias é tempo suficiente para acontecer algo pior”, afirma Dra. Madgéli.
A Lei Maria da Penha, a mesma que determina a criação de centros de referência para atender mulheres vítimas de violência, também determina a criação de centros de reeducação e referência para agressores. “Mesmo em relação a mulher, temos pouquíssimos centros para a mulher no Estado e em todo o Brasil. Eu não tenho conhecimento de nenhum para homens. A gente criou o grupo reflexivo de gênero aqui, para trabalhar com autores de violência, porque viu que precisava trabalhar também com eles, senão não quebra o ciclo nunca”, analisa a juíza.
Ou seja, se a rede estiver capacitada e pronta para acolher uma vítima de violência com todos os serviços que a mesma precisa, as chances de essa mulher procurar os serviços para denunciar sua situação são maiores. A reeducação também é essencial para reverter o quadro.
“A gente tem que trabalhar muito com prevenção, trabalhar muito nas escolas, porque isso acontece nos próprios relacionamentos. O número de violência domésticas nas universidades é incrível. São moças que terminam seus relacionamentos e continuam sendo perseguidas. São jovens que a gente pensa que teriam uma nova percepção, que reconheceriam equidade. Se existem nesses espaços é porque está faltando a discussão disso nas escolas”, diz ela.
Elisabete conta que descobriu há pouco tempo que o pai agredia a mãe. Ela não lembra de ter percebido nada dentro de casa, mas, acha que foi por isso que a mãe a enviou para um colégio interno, em Santa Maria, quando ela tinha 7 anos. Depois de passar pelo processo que determinou que o irmão procurasse tratamento e participasse dos grupos com foco em homens autores de violência, ela também segue “cicatrizando as feridas” graças ao projeto.
“Toda terça-feira, eu venho aqui e é muito bom. Aqui tu pode chorar, desabafar, eu me sinto bem. Tem umas colegas que têm histórias que dão um arrepio. Quando eu não venho, sinto muita falta”, diz ela, conversando com a reportagem logo após um dos encontros. “A gente é amiga, fez amizade na violência”.
Editoria: Geralz_Areazero.

Brasil. Só nos resta resistir.

Foto - https://www.brasil247.com/pt/colunistas/chicovigilante.
Texto de Chico Vigilante.
O primeiro passo para manter uma nação submissa e colonizada é impedir seu desenvolvimento intelectual e cultural. Além de saquear suas riquezas, é claro.
É exatamente isso que está acontecendo no Brasil.
A quadrilha chefiada por Temer fez uma reforma da educação predatória, cortou gastos previstos constitucionalmente e está arrasando com nosso sistema educacional, especialmente universidades e institutos de pesquisa.
Quanto menos cientistas, professores e estudantes pensando e debatendo os problemas nacionais melhor.
Quanto menos gente melhor questionando a mídia golpista e seu mantra imperialista de que Estado zero é bom, privatização de estatais estratégicas para o capital estrangeiro é progresso, e que petista além de comunista é corrupto.
O que jovens e mesmo adultos que viveram mas não perceberam o que aconteceu em 1964, devem tentar entender é que por trás do golpe existem não apenas razões políticas mas econômicas poderosas que se repetem continuamente na história.
Se olharmos para a luta de várias nações contra o colonialismo vamos enxergar um imenso mar de sangue e de desigualdade que vai e volta no tempo e muitos dos atores se repetem.
Até 1953, por exemplo, a Inglaterra ficava com 90% do faturamento do petróleo no Irã. Depois de anos buscando um acordo mais justo, um político iraniano democraticamente eleito, Mohammed Mossadegh nacionalizou a produção, ou seja, criou a equivalente iraniana à nossa Petrobras.
O Irã nacionaliza seu petróleo e a reação da City of London e da Wall Street é de "ameaça comunista".
A Inglaterra pede ajuda aos EUA e os dois aliados armam mais um golpe de Estado de sua extensa lista, colocando no poder um rei sanguinário, o Xá Reza Pahlevi, quando passam a retirar petróleo direto do solo iraniano a preço de banana.
A exploração só terminou quando o Aiatolá Khomeini passou o cerol em geral na Revolução Iraniana, em 1979.
Processo parecido aconteceu na Indonésia quando o presidente Sukarno nacionalizou o petróleo.
Foi chamado de comunista, derrubado pela Holanda, França, EUA e Inglaterra, que colocaram no poder um ditador chamado Suharto, responsável pelo genocídio de meio milhão de pessoas em poucos meses.
A intenção americana na Venezuela não é diferente. Com a ajuda de Temer e Macri, Trump se sente mais seguro para botar as garras de fora.
A Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo. É fácil imaginar quais são os planos do imperialismo ianque de vender para o mundo a ideia de que Nicolas Maduro é um ditador comunista que deve ser derrubado.
O golpe parlamentar no Brasil também foi patrocinado pelos Estados Unidos e teve como principal objetivo a usurpação do nosso petróleo, especialmente o do pré-sal. Como desculpa, a mesma ladainha de sempre, a corrupção e os comunistas, neste caso o dedo apontado para os petistas.
A mídia golpista não diz por exemplo que Maduro é odiado por Trump porque está preparado para resistir e morrer por seu país ao contrário de Temer que está entregando de bandeja nossas riquezas na área energética, a Eletrobras, o Pre Sal, a Petrobras, hidrelétricas, a Base de Alcântara, nosso programa nuclear, nossos minérios e muito mais.
As forças em ação pela entrega do Brasil são poderosas e unidas pelo mesmo objetivo: defender os interesses das elites e do capital internacional. Para isso estão dispostas a tudo.
Nossa única saída é resistir e buscarmos uma frente a mais ampla possível dos setores progressistas e democráticos contra a entrega do Brasil.