terça-feira, 29 de setembro de 2015

UFMA. Greve dos docentes federais completa quatro meses, dia 13.10 recomeço das aulas.

Professores devem realizar Dia de Luta e Mobilização em Defesa da Educação Pública em 5 de outubro.

A greve nacional dos docentes federais completou, nesta segunda-feira (28), quatro meses. 

Iniciada em 28 de maio, a greve reivindica a defesa do caráter público das Instituições Federais de Ensino (IFE), melhores condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira e reajuste salarial para ativos e aposentados. 

O Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN, por meio do Comunicado 43, de 26 de setembro, avaliou as recentes atividades de greve, entre elas as manifestações no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e no Ministério da Educação (MEC), no dia 24 de setembro, que culminaram na ocupação do gabinete de Janine Ribeiro, ministro da educação e na confirmação de uma reunião entre ele e o CNG do ANDES-SN para o dia 5 de outubro.

O documento definiu ainda novos encaminhamentos para a próxima semana, como a construção do Dia de Luta e Mobilização em Defesa da Educação Pública na mesma data em deverá ocorrer a reunião com o Ministro Janine. O comunicado 43 orienta também que os Comandos Lociais  de Greve debatam, proponham e informem ao CNG, até o final do dia dessa terça-feira (29), ações a serem implementadas no dia próximo dia 5.

Ainda entre os encaminhamentos estão a realização de assembleias gerais até o dia 1 de outubro, para avaliação da conjuntura e das perspectivas da greve nacional dos docentes federais; intensificar a pressão junto aos deputados federais e senadores, nos estados e no Congresso Nacional, pela rejeição da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 395/2015, que permite a cobrança de cursos de especialização em instituições públicas.

Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, avalia que a greve iniciou enfrentando um difícil processo de ajuste e cortes, que deixaram grande parte das IFE na penúria, e, portanto, fez-se fundamental a pauta de defesa do caráter público das instituições. “A greve é uma resistência à retirada de direitos e de orçamento. Em setembro esses ataques foram aprofundados, e passaram a exigir uma luta mais ampla, que abranja toda a classe trabalhadora, para que possamos resistir”, diz o docente.



O presidente do ANDES-SN reforça que as assembleias dessa semana devem refletir sobre quais são os próximos passos contra esses ataques. “Necessitamos de ações unificadas, tanto dentro das IFE, quanto com os demais SPF e o restante da classe trabalhadora. Nesse cenário de ataques, não conquistaremos muito lutando sozinhos”, conclui o presidente do ANDES-SN. 

MARANHÃO - SINDUFMA E APRUMA decidem suspender a greve da UFMA.
Matéria completa aquihttp://diegoemir.com/index.php/2015/09/apos-pressao-do-sind-ufma-apruma-decide-suspender-a-greve-da-ufma/  (...) A previsão é que as aulas sejam retomadas no dia 13 de outubro, se estendendo por 45 dias e logo em seguida iniciado o segundo semestre de 2015. Dezembro, janeiro e fevereiro que são meses que a Universidade geralmente tem recesso, permanecerão em atividade.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Ex-prefeita de Bom Jardim Lidiane Leite se entregou hoje a Polícia Federal.

A prefeita afastada do município maranhense de Bom jardim, Lidiane Leite, se entregou à Polícia Federal após 39 dias foragida; ela era procurada desde o último dia 20 de agosto, quando a PF deflagrou a Operação Éden para apurar denúncias de desvios estimados em R$ 1 milhão nos recursos destinados à educação; após prestar depoimento e fazer exame de corpo de delito, Lidiane deverá ficar detida no quartel do Corpo de Bombeiros de São Luís.
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Foto - Brasil 247.
28 DE SETEMBRO DE 2015 ÀS 15:23.
Maranhão 247 - A prefeita afastada do município maranhense de Bom jardim, Lidiane Leite, se entregou à Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (28). Lidiane era procurada desde o último dia 20 de agosto, quando a PF deflagrou a Operação Éden para apurar denúncias de desvios estimados em R$ 1 milhão nos recursos destinados à educação.
Ela se apresentou à sede da PF acompanhada de dois advogados. Após prestar depoimento e fazer exame de corpo de delito, Lidiane deverá ficar detida no quartel do Corpo de Bombeiros de São Luís. Lidiane Leite foi eleita prefeita de Bom Jardim em 2012, com apenas 22 anos, após seu namorado na época, Beto Rocha ter a candidatura impugnada pela Lei da Ficha Limpa.

domingo, 27 de setembro de 2015

Projeto que trata da Lei Geral das Religiões avança no Senado Federal.

Daniel Alves Pena disse - "Os direitos são civis e não religiosos,  logo como eles vão conseguir harmonizar esta PLC é que é o problema." 

As lideranças partidárias do Senado decidiram votar o projeto da Lei Geral das Religiões em, no máximo, 30 dias. 
A proposta (PLC 160/2009) foi apresentada na Câmara para tratar de forma isonômica as diferentes religiões. 
A iniciativa surgiu depois que o governo brasileiro assinou, em 2008, um acordo com o Vaticano, criando o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no país.

O texto estabelece normas sobre ensino religioso, casamento, imunidade tributária para as entidades eclesiásticas, prestação de assistência espiritual em presídios e hospitais, garantia do sigilo de ofício dos sacerdotes, entre outros temas. Também reforça o vínculo não-empregatício entre religiosos e instituições católicas, ratificando regras já existentes.

Na avaliação de religiosos de denominações protestantes, o Estatuto da Igreja Católica gerou desequilíbrio no tratamento das religiões por parte do Estado. Foi acordado então que, tão logo o estatuto fosse aprovado no Senado, seria aprovada também a Lei Geral das Religiões. A lei garante, da mesma forma que foi feito com a Igreja Católica, direitos às demais religiões constituídas no país.

Segundo o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), no entanto, o acordo para votação da Lei Geral das Religiões não foi cumprido. Ele disse que o projeto está no Senado desde 2009 e duas audiências públicas já foram realizadas, mas a proposta não sai das comissões.

Lopes recolheu assinaturas para um requerimento de urgência que levaria a proposta de imediato para votação em Plenário. O pedido foi discutido nesta quarta-feira, mas os senadores decidiram dar mais um mês para a análise da matéria nas comissões, sem votar o requerimento.

Debates -  Atualmente, a proposta tem de receber parecer das comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), de Assuntos Econômicos (CAE), de Assuntos Sociais (CAS) e de Educação, Cultura e Esporte (CE), sendo que apenas nesta última já conta com relatório, favorável à aprovação. Na CAS, o relator é o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). que pediu mais tempo para realizar uma terceira audiência, a fim de ouvir representantes do maior número possível de religiões e elaborar um relatório consistente.

O adiamento da urgência também foi defendido pelo senador José Pimentel (PT-CE), para quem uma discussão mais aprofundada do assunto daria aos senadores uma posição mais “madura” em relação à proposta. Assim, a decisão foi acertar a votação do texto em Plenário em meados de maio.

Eduardo Lopes cobrou uma definição rápida para a proposta. “A questão toda é essa. Se há compromisso do governo, se há compromisso do PT em dar celeridade ao processo, em um mês, pode acontecer a audiência pública que está marcada, não há problema.

Comissão terá audiência sobre o projeto  - A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública na quinta-feira (23), às 9h, para debate sobre o projeto de lei que estende às religiões em geral os direitos desfrutados pela Igreja Católica no Brasil (PLC 160/2009). O projeto trata dos direitos e garantias fundamentais ao livre exercício da crença e dos cultos religiosos. Com 19 artigos, estende a todas as religiões direitos como representações nas capelanias das Forças Armadas, criação e administração de universidades e prestação de serviços em hospitais e entidades de assistência social.

Foram convidados para a audiência pública o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Raymundo Damasceno Assis; o presidente da União Nacional das Entidades Islâmicas, Mohamad El Bacha; e o presidente da Federação Espírita Brasileira, Antonio Cesar Perri de Carvalho. Também participarão do encontro o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Antonio Cunha; a coordenadora de Política de Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Marga Ströher; o titular do Juizado de Violência Doméstica Contra a Mulher de Porto Alegre (RS), Roberto Arriada Lorea; Silvio Ramos Garcez, membro titular do Conselho Nacional de Umbanda do Brasil; e Sylvio Santos Sobrinho, membro do Comitê Nacional de Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A proposta regulamenta os incisos VI, VII e VIII do artigo 5º, além do parágrafo 1º do artigo 210 da Constituição, para estabelecer mecanismos que assegurem o livre exercício religioso, a proteção aos locais de cultos e suas liturgias e a inviolabilidade de crença, bem como o ensino da religião.

O autor do projeto, deputado George Hilton (PRB-MG), assinala que é justo que haja as mesmas oportunidades atualmente garantidas à Igreja Católica às demais religiões. O deputado diz defender a laicidade do Estado e o princípio da igualdade previsto na Constituição, observando que seu projeto, quando aprovado, poderá ser chamado de Lei Geral das Religiões.

O PLC declara livre a manifestação religiosa em locais públicos, desde que não contrarie a ordem e a tranquilidade. Dispõe ainda sobre a previsão de espaços para fins religiosos no plano diretor de áreas urbanas, bem como sobre a representação de cada credo religioso nas Forças Armadas.

O projeto estabelece que as organizações religiosas e suas instituições possam prestar assistência espiritual aos fiéis internados em estabelecimentos de saúde, de assistência social, educação ou similar, bem como aos que estiverem detidos em penitenciárias. 

Fonte /  Tribuna do Norte 

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sábado, 26 de setembro de 2015

Cartilha que orienta a Regularização das Casas de Matriz Africana é lançada no Tocantins.

A sede da superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Tocantins (TO) lançou, no ultimo dia 25 de setembro de 2015, a publicação Orientações para a Regularização das Casas de Matriz Africana. 
O trabalho é resultado das ações que a superintendência vem desenvolvendo para a preservação da cultura afro-brasileira no estado. 
O apoio à regularização das casas de religião de matriz africana foi uma das demandas apresentadas pelos dirigentes durante o levantamento preliminar realizado no município de Palmas e aprovado no I Encontro do Iphan e as Casas de Religião de Matriz Africana realizado Palmas (TO), em maio de 2015.
A publicação será entregue aos representantes das Casas de Religião de Matriz Africana, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Defensoria Pública do Estado do Tocantins. 
O material também está disponível para a consulta no site do Iphan. Para acessar, clique aqui, ou neste link: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Orientacaopara RegularizacaodasCasasdeReligiaodeMatrizAfricanadeTocantins.pdf

A saída de Molon e a crise do PT.

Foto - Revista Forum.
Por Olavo Carneiro
Antes de mais nada é preciso reconhecer que a saída do companheiro Molon do Partido dos Trabalhadores é uma grande derrota. Uma dupla derrota.
É uma derrota para as fileiras daqueles que acreditam, dentro do PT, no socialismo, na política pautada pela ideologia e não troca de favores, nas alianças programáticas. Derrota para a esquerda petista.
Mas é também uma derrota por ver um quadro como o Molon aderir ao jeito de pensar e agir da maioria do PT que tem levado a destruição do mesmo e que Molon tanto criticava. Pensamento e prática calcados na reprodução de mandato a qualquer custo, no individualismo e eleitoralismo.
A militância da Articulação de Esquerda e o Molon travaram juntos boas batalhas no PT-RJ e na sociedade fluminense. Na candidatura a prefeito em 2008, quando muitos no PT já praticavam o habito de trair as candidaturas do partido. Nas críticas e construções de oposição à subordinação ao PMDB no Rio de Janeiro por falta de identidade programática. Subordinação essa recorrentemente exigida por Lula, e mais uma vez em curso capitaneada de forma errática por Quaqua presidente do PT-RJ.
Atuamos juntos no Coragem para Mudar, articulação da militância contra apoio ao Eduardo Paes, quando as outras tendências e lideranças do RJ se calavam ou apoiavam a aliança com o PMDB. Depois iniciamos o movimento Novo Tempo para a disputa interna do partido no PED em 2013, que lamentavelmente Molon optou no último momento por apoiar uma chapa defensora da aliança com Cabral, Picciani, Paes e cia. Recentemente nos juntamos no Saída é Pela Esquerda, esforço de criar um campo político no PT-RJ antagônico a aliança com PMDB nas eleições da cidade do Rio de Janeiro. A essa iniciativa se somaram a tendência Democracia Socialista, o senador Lindbergh Farias, os ex-deputados Jorge Bittar e Robson Leite e o vereador Reimont.
Em janeiro deste ano a AE-RJ aprovou resolução onde defendia a unificação das esquerdas no Rio de Janeiro para debater e construir plataforma política unitária que desembocasse em uma possível aliança eleitoral em 2016. A aliança se dando em torno de ideias e convicções poderia buscar os melhores nomes para encabeçar a chapa. A AE identificava que o melhor nome para o PT pôr à disposição era do companheiro Molon.
Sendo assim nosso empenho militante se dava e se dá na construção coletiva de projeto coletivo.
A honestidade e compromisso do Molon com a construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária não está em questionamento. Nem a alta qualidade do seu mandato. Muito menos o consideramos um traidor. Mas sua movimentação solitária de saída do PT, sem sequer informar aos seus companheiros, está a serviço de qual projeto coletivo? Qual a estratégia que a orienta? Como contribui para enfrentarmos e superarmos a atual crise da esquerda brasileira que se traduz, gostemos ou não, na crise do PT?
Desse modo lamento a decisão e a forma individualista como foi tomada.
É verdade que o PT cada vez mais se mostra impermeável a mudanças do seu funcionamento interno burocratizado, de sua estratégia de conciliação de classes, da ênfase na institucionalidade tradicional.
Nosso foco deve ser travar o bom combate por mudanças no PT, considerando inclusive o papel que isso joga para o presente e para o futuro da esquerda brasileira. Sem nenhum fetiche de organização ou patriotismo partidário.
No mesmo sentido que devemos, nós os militantes de esquerda, atuar na construção da Frente Brasil Popular, sem sectarismo de partidos, movimentos ou lideranças. Espero ver contribuindo o Molon e tantas outras personalidades. Assim como os diversos partidos e movimentos.
Defender a democracia e a mudança da política econômica devem orientar nossos mais sinceros esforços.
Significado mais amplo
A desfiliação do Molon é um fato de grande importância para o partido e para os setores progressistas, no plano nacional e estadual. Mais pelo o que expressa em termos estruturais na organização da esquerda em nosso país do que o caso especifico.
A saída de Molon é uma expressão do aprofundamento da dispersão em curso da esquerda brasileira. Entre os anos 1980 e 2000 o PT exerceu hegemonia política e ideológica sobre os diversos setores da esquerda no Brasil.
Essa hegemonia foi se enfraquecendo nos últimos 10-15 anos e só agora é percebida pela sua aceleração com a fragilidade do partido potencializada pela fragilidade do governo. Importante dizer que a dificuldade de percepção se deu em boa medida pela mistura entre governo e partido, pela ilusão com a popularidade governamental e incapacidade de leituras de cunho estratégico. Quem tentava tal separação era chamado de esquerdista e purista e perdeu força dentro do partido e mesmo na sociedade.
Essa perda de hegemonia vem aparecendo de várias formas. Uma delas é o importante e negligenciado debate sobre o papel ainda a desempenhar na organização de ideias, utopias e ações concretas pelos partidos políticos. Desde a década passada cresce no Brasil, em consonância com o resto do mundo, a noção de que os partidos não são mais importantes e/ou necessários e toda energia social e militante por transformações deve ser depositada nos chamados movimentos sociais.
A perda de hegemonia do PT também ocorreu, e vem ocorrendo, com a crescente criação de novas siglas e/ou distribuição de quadros nelas. Algo acelerado e mais em virtude de interesses eleitorais do que pelo surgimento de arranjos ideológicos e identidades entre seus membros. Em geral as siglas atuais, à esquerda ou direita do PT, não carregam novidade programática e ideológica.
Enquanto o governo manteve popularidade o PT inchou, a tendência agora é o contrário. Mas isso com a complacência das direções e lideranças do Partido ao abandonar na pratica uma estratégia socialista para o Brasil e adotar como norte a administração do capitalismo melhorando a vida do povo.
O que assistimos então é uma crise de projeto da esquerda brasileira, fruto da crise do PT que se encontra sem rumo estratégico com o fim das condições políticas de conciliação de classes promovida por Lula e Dirceu desde 1995. 
Crise do PT que não consegue romper com o eleitoralismo imediato e, portanto, mantem alianças e subordinações nos estados a setores reacionários e conservadores. 
Crise do PT que pratica relações de clientelismos, golpes, fraudes em suas disputas internas, com falta de respeito às regras aprovadas e pactuadas nas instancias como se vê agora no processo Congressual da JPT ou no PED de 2013.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Brasil. Exército alerta que País corre risco de regredir 40 anos na Defesa.

Retirada do Corpo de Fuzileiros Navais do Complexo de Favelas da Maré, na zona norte do Rio, em 30 de junho de 2015



A crise econômica atingiu os projetos da base industrial de Defesa Nacional. O comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, alertou em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal que todos os projetos da área da Defesa estão sofrendo com fortes atrasos devido aos cortes orçamentários.

O Exército Brasileiro considera como prioritários um grupo de 7 programas, que vão do lançamento de foguetes à criação de viaturas blindadas, do monitoramento por meio de radares à defesa cibernética. A falta de recursos para dar continuidade aos projetos preocupa militares e parlamentares. Para a realização dos programas mais estratégicos para o país, os investimentos somam mais de R$ 70 bilhões, e, no entanto, até agora apenas uma parte pequena de recursos foi liberada.
De acordo com o General Eduardo Villas Bôas, o país pode retornar a uma situação de 40 anos atrás, quando o Brasil era a oitava maior indústria de Defesa do mundo, e tudo foi perdido.
O comandante do Exército acredita que mais dois anos nessa situação e todo o esforço pode se perder, gerando uma regressão no setor perante o mundo.
“Nós estamos no limite”, diz o general. “Se tirarmos R$ 1 desses projetos, as empresas vão ter que descontinuá-los. A solução, me parece, extrapola a questão meramente financeira e orçamentária. Eu acho que nós estamos vivendo uma ameaça, sim, de perdermos todo esse capital que conseguimos recuperar”.
O projeto principal e mais preocupante para o Exército, e que o General Villas Bôas lamenta, é o Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras, de extrema importância no combate ao narcotráfico no Brasil e também para o desenvolvimento social e de saúde na região de Mato Grosso do Sul onde está sendo implantado. Dos R$ 10 bilhões previstos para o desenvolvimento do programa na região, somente 7,2% foram disponibilizados.
O Senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), membro da Comissão de Defesa Nacional, se diz preocupado com o prazo para o término do programa, que começou a ser implantado em 2013, e ainda com a situação das empresas que compõem a base industrial de Defesa e são responsáveis pelo desenvolvimento, produção e manutenção de produtos estratégicos.
“O Sisfron foi projetado para ser implantado em 10 anos”, relata o Senador Ferraço. “À manutenção desse cronograma físico-financeiro, ou desse ritmo de desembolso por parte do Estado brasileiro, esse programa não será implantado nem em 60 anos. Esse programa, portanto, se transformou em ficção”.
Para o General Villas Bôas, hoje a maior ameaça à sociedade brasileira é a atuação dos cartéis internacionais ligados ao tráfico de drogas, e o Sisfron, quando estiver em funcionamento, será uma peça fundamental no combate à atuação desses grupos.
O comandante do Exército ressalta que atualmente milhões de brasileiros sofrem a consequência direta da falta de proteção das fronteiras, por onde entra a droga responsável por 80% da criminalidade urbana, segundo dados da Polícia Federal.
“Na questão da violência, os nossos indicadores são estarrecedores”, ressalta Villas Bôas. “Morrem assassinadas por ano no Brasil 55 mil pessoas. São estupradas por dia no Brasil 100 mulheres. Desaparecem por ano no Brasil 200 mil pessoas, e 20 mil não reaparecem. Nenhum conflito no mundo cobra um índice tão grande de perdas humanas”.
De acordo com o comandante do Exército, já foi detectada a atuação desses cartéis na Região Amazônica, inclusive com a plantação e cultivo de drogas na região de fronteira.
A Senadora Ana Amélia (PP-RS), também da Comissão, chama a atenção para o fato de que o investimento em defesa está ligado ao desenvolvimento tecnológico do Brasil:
“Eu entendo Defesa como investimento, como inovação tecnológica”, diz a senadora gaúcha. “Não se pode imaginar Defesa apenas como preparação para a guerra”.
Diante da situação crítica, o comandante do Exército defendeu o ministro da Defesa, Jaques Wagner, que para ele tem se esforçado para reduzir ao máximo os impactos dos cortes sobre a Pasta, e garantiu que o ministro tem total conhecimento da situação existente hoje.
A partir das audiências públicas, a Comissão deve apresentar até o final do ano um relatório sobre a eficácia das políticas de Defesa Nacional, adotadas pelo Governo.
Link: http://br.sputniknews.com/brasil/20150925/2243615.html

Seminário na ONU apresenta o exemplo brasileiro de combate à pobreza.


© UNESCO













A nova agenda de desenvolvimento, conhecida como agenda pós-2015, estabelece os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e será definida durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, de hoje (25/09) a domingo (27/09). 

Seu primeiro objetivo é eliminar a pobreza em todas as suas formas. Na semana passada, um seminário realizado na sede da ONU mostrou ao mundo algumas das soluções que o Brasil encontrou para combater a pobreza – especialmente em comunidades menos favorecidas de grandes cidades – e discutiu os desafios para o cumprimento da nova agenda global.

O Seminário Pobreza Urbana e Desenvolvimento no Brasil: a periferia no centro da agenda pós-2015 teve a participação de mais de 300 pessoas, dentre elas, representantes de organizações de base de bairros nova-iorquinos como Harlem e Bronx e organizações não governamentais de comunidades menos favorecidas.
O evento aconteceu no último dia 18 de setembro e é resultado de uma parceria entre Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), UNESCO no Brasil, Central Única de Favelas (CUFA), London School of Economics (LSE) e Missão Brasileira na ONU.
Segundo a diretora da Área Programática da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, o que a Organização buscou ao se tornar parceira na realização do Seminário foi "ser um catalisador da cooperação internacional", dividindo com o mundo uma experiência desenvolvida no Brasil. "Como resultado, esperamos que essa experiência viaje para outros contextos e inspire outros países a encontrar soluções para problemas que nos são comuns”, enfatizou ela. 
O representante permanente do Brasil junto à ONU, embaixador Antonio Patriota, fez o discurso de boas vindas. Logo depois, foi realizado um painel mediado por Marlova Noleto, com a participação da especialista do Banco Mundial para Proteção Social e Trabalho, Maria Concepción Steta; da professora de Psicologia Social da LSE, Sandra Jovchelovitch; da diretora da ONU-Habitat em Nova Iorque, Yamina Djacta; do cofundador da CUFA, Celso Athayde; do Enviado Especial da ONU para Juventude, Ahmad Alhendawi; e da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
 “O que conseguimos construir, ao reduzir a pobreza e a fome no Brasil, em especial em algumas áreas de adensamento urbano intenso, como as favelas, é uma mostra de como essa perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável pode dar certo”, disse a ministra, durante o painel. Ela também destacou que “questões como acesso à saúde, educação, saneamento básico e oportunidades têm que estar articuladas para que não se discuta a pobreza apenas do ponto de vista da renda, mas do ponto de vista multidimensional”.
Durante a programação também foi lançada a publicação Desenvolvimento social da base em favelas do Rio de Janeiro: um guia prático, resultado de uma parceria entre UNESCO no Brasil, CUFA, Afroreggae e LSE. O Guia contém ferramentas, informações e conceitos fundamentados em evidências sobre o modelo de desenvolvimento social encontrado em organizações de base. A publicação trata da elaboração de políticas públicas, de estratégias e de abordagens inovadoras e bem-sucedidas de trabalho com organizações de base no Brasil. 
O Enviado Especial da ONU para Juventude destacou que o Guia Prático é uma importante ferramenta de solução para os problemas que afetam jovens das periferias não só no Brasil, mas em todos os países. Ele disse ainda que a publicação segue o objetivo da ONU de não deixar ninguém para trás no cumprimento das metas de desenvolvimento.
A diretora da ONU-Habitat também destacou a importância do trabalho. Ela lembrou que hoje a maioria da população mundial é urbana. Portanto, é preciso enfrentar desafios vividos por essas pessoas, como o acesso a serviços, a bens públicos e a transporte. 
Lançamento da CUFA Global
Após o painel, aconteceu o lançamento da CUFA Global, que terá o propósito de estabelecer um diálogo com favelas de outros países. A cerimônia foi um dos eventos da Semana Global da CUFA, realizada em Nova Iorque. Além de Celso Athayde, Tereza Campello, Marlova Noleto, participaram do lançamento da CUFA Global o diretor da Central Globo de Comunicação, Sérgio Valente; o presidente Nacional da CUFA no Brasil, Preto Zezé; a cofundadora da CUFA Nega Gizza; e o presidente da Fundação Ford, Darren Walker.
A parceria da UNESCO no Brasil com a CUFA já tem 16 anos e busca empoderar, criar oportunidades e transformar vidas nas favelas do Rio de Janeiro. A parceria começou em 1999, com a colaboração da UNESCO para o Prêmio Hutúz, que reconhecia trabalhos que promovessem ações de integração entre as favelas e o restante da cidade do Rio de Janeiro. Entre os ideais do prêmio estava a busca de igualdade de oportunidades e o combate ao preconceito contra moradores de favelas. 
Depois disso, outras parcerias foram firmadas com a CUFA, por meio do Criança Esperança – programa de arrecadação de doações para financiar projetos sociais –, em iniciativas no viaduto de Madureira, com a Liga de Basquete de Rua (Libra) e para o empoderamento de crianças e mulheres.
(Fonte: UNESCO no Brasil com informações do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome).