segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Piauí - Jornalista e grupo de Rappers são presos pela Polícia Militar por desacato.

Foto - https://www.facebook.com/renatobezerra01
Segue o relato de Ricardo Bezerra. Não imaginava que fazer imagens em via pública era proibido. Na tarde de hoje, gravava algumas imagens para um novo clip da Irmandade (Um grupo de Rap das vilas Santa Cruz e São José) quando nos deparamos com uma equipe de policiais fazendo uma abordagem. 
No meu direito de jornalista, tentei fazer imagens da abordagem, só que os policiais não gostaram e fizeram um verdadeiro filme, apontado pistolas e metralhadores para minha cabeça e dos garotos que fazem parte do grupo de RAP. 
Bateram nos rapazes, simplesmente porque um deles disse que ali todos eram trabalhadores. Revistaram meu carro, mas, como não encontraram nada, tomaram a câmera, colocaram algemas em dois deles e os levaram no porta-malas da viatura para a Central de Flagrantes. 
No caminho, apagaram as imagens e registraram um TCO por desacato. Fui a Central, peguei meu equipamento de volta e os garotos foram liberados. Isso durou mais de quatro horas. Depois um deles veio me pedir desculpas. 
Foto - https://www.facebook.com/renatobezerra01
Chorei...não por mim, mas por tantos que sofrem todos os dias porque são pretos e moram na favela. Mas não vai ser isso que vai nos intimidar. 
Vamos continuar organizando o grupo e os jovens vão continuar compondo e cantando o Rap que incomoda esta sociedade que se acovarda para esses desmandos. 
Não somos contra a polícia. Somos contra a forma como eles abordam os cidadãos. Os bandidos nos tratam de forma violenta e quem poderia nos garantir segurança não nos respeita. 
Imagine: Como quatro pessoas, que tinham apenas uma câmera na mão, iam desacatar quatro policiais armados?
Este que recebe a "gravata": é o Preto Kedé RapReggae.....
Crime: Cantor de Rap. 
Luciano Leite levou uma tapa porque... disse que era trabalhador? 
Eu tive minha Câmera apreendida, porque estava filmando e fotografando. 
Eles que estavam trabalhando não poderiam ser filmados?

Veja a versão da Polícia Militar: http://180graus.com/sirene-policial /filho-de-sargento-musico-e-jornalista-sao-detidos-por-desacato-a-autoridade

Maranhão - São Luís, que segundo a Ong Justiça e Paz, é a décima cidade mais violenta do Mundo, tem Preso em Cadeira de Rodas sendo resgatado do Hospital Socorrão II.

Foto - Erinaldo Almeida Soeiro. Usa Cadeira de Rodas.
Na madrugada, por volta das 04 horas da manhã desta segunda-feira dia, uma quadrilha proporcionou uma ação cinematográfica, os bandidos de maneira audaciosa e usando dois veículos, invadiram o hospital municipal Socorrão II, bloqueando com um caminhão a via de acesso ao local e após dominarem os seguranças presentes, sem ser disparado um único tiro, não se tem notícias da presença de policiais militares no hospital, resgataram um preso de justiça usuário de cadeira rodas.

O Nome do paraplégico resgatado, e agora fugitivo é  Erinaldo Almeida Soeiro, que se encontrava internado desde julho do ano passado quando o mesmo, numa outra tentativa ousada de fuga rendeu sua escolta do presídio de pedrinhas e trocou tiros dentro do fórum do calhau com um policial civil, vindo os dois a serem baleados, mas tendo o preso fugitivo ficado paralitico nesta ação.

São Luís continua fazendo jus a seu titulo de décima cidade mais violenta do Mundo, e quarta mais violenta do Brasil. 

Foto 3 - http://www.seguridadjusticiaypaz.org.mx/biblioteca/finish/5-prensa/198-las-50-ciudades-mas-violentas-del-mundo-2014/0


domingo, 25 de janeiro de 2015

Comemoração da Primavera Árabe acaba com 11 mortos e 30 feridos no Egito.

Da Agência Lusa
Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas hoje (25) no Egito, dia em que se comemora o quarto aniversário do início da Primavera Árabe, conforme informação de um jornal estatal. A revolta de 2011 acabou com a destituição do presidente Hosni Mubarak. 

Citando o Ministério da Saúde, o site do diário estatal Al-Ahram afirmou que os confrontos entre manifestantes e policiais no Cairo resultaram em 11 mortos e 30 feridos.

Conforme o jornal, a polícia utilizou gás lacrimogéneo e disparou para dispersar centenas de manifestantes que gritavam slogans hostis contra islamitas e novas autoridades. Eles tentavam chegar à Praça Tahir, epicentro da revolução.

Os partidários do antigo presidente islamita Mohamed Morsi protestavam contra Abdel Fattah al-Sissi, ex-chefe do Exército e atual chefe de Estado. Ontem (24), uma manifestante egípcia foi morta pela polícia, durante protesto na Praça Tahrir.

As manifestações que obrigaram Mubarak a deixar o poder começaram em 25 de janeiro de 2011. Al-Sissi foi eleito em maio, com mais de 90% dos votos, depois de ter destituído Morsi, em julho de 2013. 

Ele tem apoio de grande parte da opinião pública, cansada de quatro anos de instabilidade política e de crise econômica. No entanto, seus detratores acusam-no de ter instaurado um regime ainda mais autoritário que o de Mubarak, reprimindo oposição islâmica e laica.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Sargento da Aeronáutica cai de helicóptero e morre durante treinamento.

Foto meramente ilustrativa.
Um militar de 40 anos morreu na tarde desta quinta-feira (22) em um treinamento operacional com helicóptero na Base Aérea de Campo Grande.
De acordo com a assessoria de imprensa da Base Aérea, o sargento Danilo Carlos de Campos Santiago, da Força Aérea Brasileira (F.A.B.) utilizava equipamentos de segurança, porém caiu de uma altura aproximada de oito metros de altura, no exercício com um guincho, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital da Base Aérea de Campo Grande.
A instituição lamentou a morte do militar, que era enfermeiro, veio do interior de São Paulo e deixa esposa e filho.
O velório do militar será realizado na capela da Base Aérea. A princípio, o corpo continua no hospital da base, onde morreu, e o velório será na capela da base.
A Aeronáutica informou que prestará toda a assistência e solidariedade aos familiares do militar e investigará as circunstâncias do acidente por meio de uma comissão da Força Aérea Brasileira (FAB).
De acordo com os sites Correio do Estado e G1, o sargento da Base Aérea de Campo Grande, Danilo Carlos de Campos Santiago de 40 anos, morreu às 15h desta quinta-feira (23) ao sofrer uma queda de cerca de 8 metros durante exercício no guincho de um helicóptero. 

Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. De acordo com a Força Aérea, o sargento utilizava todos os equipamentos de segurança necessários. 

É um fim triste, mas o que me deixa mais chateado é que a maior parte dos sites especializados em defesa não deram uma linha se quer para o fato. Vi várias reportagens sobre troca de comando disso e daquilo mas nenhuma sobre o falecido. Lamentável!

Segundo o site Campo Grande News, o Sargento do Esquadrão Pelicano, tinha 21 anos de FAB, era casado e pai de um menino. Nossas condolências a família, aos amigos e a Força Aérea.


São Luís - Aluno nota mil do Enem dividia tempo entre curso técnico, cursinho e estudos.

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas

Depois de um ano dividindo o tempo entre curso técnico, cursinho e estudos em casa, Luis Henrique Sales, de 19 anos, conquistou, junto com 249 estudantes em todo o Brasil a nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O estudante, que tem paralisia cerebral, conta que dormia apenas das 2h30 às 6h30 na preparação para o exame. A nota máxima foi a melhor recompensa que poderia ter.

“Foi uma alegria. Ele disse: mãe a senhora não acredita. Eu disse, parabéns. E pronto, não conseguimos nos dizer mais nada”, diz a mãe, Dourizan de Sales Santos, emocionada. Caso consiga uma vaga em uma faculdade, Luis Henrique será o primeiro da família a entrar no ensino superior. Ele já havia conseguido uma vaga no Instituto Federal do Maranhão (Ifma) para técnico em mecânica.

O sonho era, no entanto, entrar no ensino superior e, para isso, fazer o Enem. Ele terminou o ensino médio em 2013, se inscreveu no exame, mas não conseguiu fazer a prova porque havia esquecido a identidade em um stand onde fez a inscrição para o vestibular da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). “Pense numa pessoa que chorou. Ele queria muito fazer o Enem. Mas esse ano acabou o sofrimento”, conta o pai, Luis Carlos Magalhães Santos.

A família mora em Garapa, região da periferia da capital maranhense São Luís. Luis Henrique sempre estudou em escola pública. O pai conta que no ensino fundamental o rapaz sofreu preconceito por parte dos outros alunos. “Ele sempre quis provar que pode. No ensino fundamental teve a questão da discriminação, pelo jeito de falar, de andar. Sempre disse para ele iriaa e ainda vai passar por esses momentos, mas que ele pode fazer qualquer coisa que quiser”, diz o pai. O esforço lhe rendeu uma vaga no Colégio de Aplicação da Ufma, o Colégio Universitário, onde cursou o ensino médio.

Agora, o que Luis Henrique quer é cursar engenharia da computação na instituição de ensino superior. Ele espera o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que será divulgado nesta segunda-feira (26). “Estou feliz [com o resultado no Enem] foi muito estudo. Eu escolhi o curso porque é o que eu gosto, o que sempre gostei”, diz o estudante.

Para ele, o segredo de ter tirado nota mil foi ter estudado e aplicado as regras do Enem, que eram discutidas em sala pelos professores do cursinho, além de praticar. “Eu acho que o diferencial foi ter abordado os dois lados, tanto a pessoa que emite o anúncio quanto quem recebe, que são as crianças”, diz. O tema da redação foi Publicidade Infantil, assunto em questão no Brasil.

O diretor do curso preparatório Wellington, Carlos Wellington de Castro, disse que o aluno é motivo de orgulho. “Só dois alunos tiraram a nota máxima no estado”, ressalta. Ele era um dos estudantes beneficiados pelas vagas reservadas no cursinho para ex-alunos de escolas públicas, a preços acessíveis. “Almoçava e ficava ininterruptamente estudando”, conta.
Foto - http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2015-01/aluno-nota-mil-do-enem.

Os estudos sem fim não davam descanso a mãe. Dourizan diz que ficava muito preocupada com a alimentação do filho, que esquecia de comer enquanto estudava. “Eu tinha que fazer lanche, levar para ele”. Agora, ele pode descansar um pouco, andar de bicicleta e comer um prato de macarronada com tranquilidade, prato e atividade preferidos segundo a mãe.

Download do livro Mulheres Negras Contam sua História.

O Prêmio Mulheres Negras contam sua História é uma iniciativa de resgate do anonimato das mulheres negras, como sujeitos na construção da história do Brasil
Das negras vindas da África nos porões das naus portuguesas no XVI até o ano de 1850, quando o tráfico foi proibido. Elas estiveram na labuta das plantações canavieiras e posteriormente do café, nas alcovas e cozinhas das casas grandes.
Foram amas de leite, negras dos tabuleiros vendendo doces e comidas nas ruas, lavadeiras, lutadoras nas revoltas contra a escravidão e a opressão racista. Libertas, pobres e anônimas resistem, combatem a discriminação e estão presentes no rosto do povo pobre que habita este País, mas esquecidas pelos livros que contam nossa história.
Nos últimos cinquenta anos as lutas das mulheres negras se intensificaram e elas ampliaram sua presença no cenário político nacional; as organizações de mulheres negras fizeram uma interação entre a luta feminista e as questões raciais e fortaleceram os movimentos negros, permitindo a incorporação do racismo como uma variável das desigualdades, inclusive entre as mulheres.
Por sua vez, o Estado tem contribuído insistentemente com o fortalecimento de políticas públicas para a população negra e para a igualdade entre mulheres e homens, desde a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República (SEPPIR), em 2003.
Um exemplo recente dos resultados da atuação destas Secretarias no avanço das condições sociais das mulheres negras no país foi a articulação conjunta com os movimentos sociais, sindicatos de trabalhadoras domésticas e Congresso.
Nacional, no atendimento das demandas das trabalhadoras domésticas, categoria composta 95% de mulheres sendo que destas 61% são negras. Essa articulação garantiu a conquista da aprovação da PEC no 478/10 que ampliou os direitos das trabalhadoras domésticas, fazendo com que seu trabalho passe a ser realizado dentro dos padrões da dignidade humana.
Foi com muito orgulho que a Secretaria de Política das Mulheres lançou o edital público “Prêmio Mulheres Negras Contam sua História” que deu origem a este livro e expressa nosso compromisso com o enfrentamento ao racismo e ao sexismo. A iniciativa almejou contar as histórias das mulheres negras, para que elas pudessem resgatar a memória de suas antepassadas, descendentes e de suas próprias histórias de enfrentamento do racismo, da violência e a superação da discriminação.
Esta publicação, ao trazer os textos premiados, publiciza o pensamento produzido por mulheres negras a partir de suas experiências individuais e coletivas que expressam a vivência de desigualdades. E traz subsídios para a compreensão das desigualdades e para viabilizar a elaboração de políticas públicas específicas para o seu enfrentamento.
Agradecemos à Ministra Luiza Bairros pelo apoio da SEPPIR/ PR na realização do Prêmio Mulheres Negras Contam sua História, à equipe da SPM pelo trabalho para a sua concretização e à Comissão Julgadora por seu empenho na avaliação dos trabalhos. Agradecemos, em especial, as 521 mulheres que se dedicaram a inscrever um relato de suas vidas contribuindo para a construção de um caminho para uma sociedade mais justa e igualitária.
Eleonora Menicucci: Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República

Link: http://agenciapatriciagalvao.org.br/racismo_/mulheres-negras-contam-sua-historia/

“E ela vivia me agradecendo por tê-la ensinado a gozar com penetração”.

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Meu tio Fábio, um homem sábio do interior, um dia me entregou um livro do Plutarco. Confesso que tremi diante da idéia de enfrentar, na inexpugnável solidão da leitura, as páginas com certeza brilhantes mas inevitavelmente árduas do grego. Mas, prático que é, e conhecedor das limitações de seu sobrinho como leitor, tio Fábio me avisou que desejava que eu lesse somente um trecho marcado numa determinada página.
Ali se contava a história de um soldado que salvara a vida de um rei numa batalha. Um sábio imediatamente aconselhou o soldado a fugir. O soldado preferiu ficar, na esperança de ser recompensado pelo rei que salvara. Acabou morto. E logo. Quando terminei de ler essa história, imediatamente me lembrei de outro trecho de livro que tio Fábio me passara. Platão – tio Fábio sempre bebeu na sabedoria grega -. Contava que Sócrates disse mais ou menos o seguinte aos homens que o condenaram a tomar cicuta: que bem fiz eu a vocês para que me tratem assim?
As duas história tratam do mesmo tema: a ingratidão. E francamente: não sei por que iniciei minha coluna com a dupla história grega de ingratidão humana. Ou melhor. Sei sim. É que eu queria fazer uma conexão entre aqueles episódios e a vida amorosa. O fato cruel e inescapável é o seguinte: o amor é ingrato. O amor tem uma série de virtude: ele ilumina, ele embeleza a vida, ele torna divertido um congestionamento. Mas ele é ingrato como o rei que matou o soldado que o salvara e os atenienses que fizeram Sócrates beber cicuta.
Um amigo meu, Roni Maldonado, outro dia veio desabafar comigo. Ele acabara de romper com a namorada, uma loira de fazer cego olhar para trás, e ela além de gritar-lhe insultos arrebentou a pontapés a porta de seu carro. Roni é essencialmente um ingênuo do amor, um otimista das relações sentimentais. Ela sinceramente achava que, por fatos como ter arrumado um bom emprego para a namorada e num período de depressão ter-lhe até financiado um terapeuta de 120 reais a hora, receberia de volta alguma gratidão, e não uma porta de carro arrebentada a golpes de salto alto.
Tive vontade de apresentar Roni a tio Fábio e pedir a ele (meu tio) que falasse um pouco a meu amigo sobre a gratidão humana. Tive vontade de falar um pouco do soldado e de Sócrates, do rei assassino e da cicuta. Mas apenas balancei a cabeça numa muda expressão de solidariedade a meu amigo ferido na alma. Roni, refleti, passará a vida inteira atrás de uma ilusão, de uma fantasia tão irreal quanto a espada de Arthur: a gratidão amorosa. O que você possa ter feito de bom a alguém numa relação amorosa não conta no final. O que vale são apenas os crimes, geralmente imaginários, que você cometeu. Não conheço caso de amor que termine com uma declaração sincera de agradecimento pelos serviços prestados.
Roni me contou, em sua estupefação tola, que até em relação ao sexo ouviu palavras que quase o reduzem a um eunuco da corte de Ramsés. “E ela vivia me agradecendo por tê-la ensinado a gozar com penetração”, me repetia ele. “No final me disse que eu não tinha nenhuma imaginação quanto a sexo. Que eu era um idiota sexual.”
O meu ponto é o seguinte: faça sempre tudo que puder por sua namorada, mulher, amante. Tudo. Agrade-a de todas as maneiras possíveis. Flores, beijos, bom sexo, atenção. Dê tudo. Mas jamais cometa o erro fatal do soldado. Não faça nada esperando gratidão. O amor é ingrato como o rei que matou o homem que o salvara da morte.