Por Ascom do MCTIC.
Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Alvaro Prata, abriu simpósio sobre lançamento do SGDC. Crédito: Ascom/MCTIC |
O lançamento do
Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), previsto para a
próxima terça-feira (21), na Guiana Francesa, coroa uma articulação bem
sucedida entre o governo e empresas no desenvolvimento da agenda espacial
brasileira. A afirmação é do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e
Inovação do MCTIC, Alvaro Prata.
"Na medida em
que a gente passa a dominar a tecnologia de satélites, podemos falar em outros
lançamentos, dar sequência a novos empreendimentos e pensar em outras novas fases
desse projeto. Não podemos deixar de comemorar a integração que houve entre o
governo federal e as empresas nesse projeto complexo e muito bem desenvolvido
do ponto de vista dos resultados que trará", afirma.
A poucos dias do
lançamento, o MCTIC promoveu em Brasília um simpósio para abordar os benefícios
do SGDC para o país. Com investimentos de R$ 2,1 bilhões, o satélite tem como
objetivos a ampliação do acesso à banda larga no Brasil, principalmente nas
áreas remotas, e garantir a segurança das comunicações militares do país.
De acordo com o
diretor Técnico-Operacional da Telebras, Jarbas Valente, o satélite deve entrar
em operação no segundo semestre deste ano. A venda dos 60 Gbps de capacidade de
conexão não será feita a usuários finais, mas a empresas que adquirirem os
lotes em licitação. A estatal só vai operar diretamente na conexão a
iniciativas de inclusão digital dos governos federal, estaduais e municipais.
"Para as
demandas de governo, a gente viu que a melhor forma de atender é criar uma infraestrutura
que a gente chamou de concentrador. Por meio de uma antena e com o uso de
circuitos locais ou de rádio, podemos atender a escolas, postos de saúde e
órgãos da prefeitura que podem se comunicar com os estados e o governo
federal", explica.
O coronel Anderson
Hosken Alvarenga, representando o Ministério da Defesa, destaca que a operação
do satélite garante soberania às comunicações do país. Outras vantagens são a
alta capacidade de conexão, a segurança e o domínio nacional. Pelo menos
30% da banda disponível do equipamento será reservada às aplicações militares.
"O satélite se
enquadra na estrutura de comando e controle. Nosso desafio é levar o comando a
todos os lugares onde as Forças Armadas Brasileiras podem atuar. O Brasil
possui mais de 7 mil quilômetros de litoral, mais de 15 mil quilômetros de
fronteiras secas e uma área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, além das
águas territoriais, uma superfície maior que a Europa", relata.
O diretor de
Política Espacial e Investimentos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira,
Petrônio Noronha Souza, ressalta os programas de transferência e absorção de
tecnologia proporcionados pelo desenvolvimento do satélite, o que permitiu o
trabalho de empresas e técnicos brasileiros na construção do equipamento. O
conhecimento adquirido pode agora ser compartilhado em tecnologias nacionais.
"Os tópicos de
transferência de tecnologia contratados estão todos voltados para aspectos
fundamentais da construção de um segmento espacial, que não são aplicáveis
exclusivamente a satélites geoestacionários, mas também a outros tipos de
satélites", diz.
Parceria
O Satélite Geoestacionário é uma
parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa. O processo de construção e
lançamento do SGDC também envolveu engenheiros e especialistas da Telebras e da
Agência Espacial Brasileira, além da empresa Visiona.
Com 5,8 toneladas e 5 metros de
altura, o equipamento ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros
da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano
Atlântico. Ele será operado por dois centros de controle, em Brasília e no
Rio de Janeiro. Também há outros cinco gateways – estações terrestres com
equipamentos que fazem o tráfego de dados do satélite – que serão instalados em
Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Salvador
(BA).
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