domingo, 29 de dezembro de 2013

Pornografia é uma espécie de corrupção, só que sexual

Sugerido por Marcos Chiapas.
 
Da Rádio Voz da Rússia - 
A pornografia é corrupção, mas sexual.

Por Andrei Fedyashin.
 
 
 
Cerca de 30 mil alemães receberam, no final do ano, um aviso de pagamento de multas por terem copiado ilegalmente filmes pornográficos de um dos sítios mais populares no “mundo teutônico”. O escritório de advogados suíço U+C (ele representa os detentores de direitos desses filmes) anunciou que a multa por cada cópia é de 250 euros.
 
Milhares de alemães ficaram com o Natal e Ano Novo definitivamente estragados devido a escândalos com familiares. Para já não falar da perspectiva de terem de desembolsar dinheiro.
 
Mas isto é apenas o início. Thomas Urmann, representante do escritório suíço, declarou ao jornal Die Welt que os alemães não devem pensar que se trata de uma “ação única”. Segundo ele, no próximo ano, o número de avisos de multas será maior. Os suíços são um povo certo, por isso está garantido o “rebuliço pornográfico” com os alemães.
 
Embora os suíços atuem apenas nos interesses da defesa dos direitos de autor, os ativistas da luta contra a pornografia afirmam que semelhante tipo de ações ajudam apenas a enfraquecer a onda de divulgação de produção pornográfica. Qualquer perito vos dirá que, até teoricamente, é impossível acabar com a pornografia enquanto existir a humanidade.
 
Hoje, o principal problema consiste em que a pornografia se torna cada vez mais suja, constata o Dr. Hamza Usuf, psiquiatra do Colégio Zatun em Berkeley (Califónia), frisando que essa pornografia deixa pesadas marcas na psíquica do homem:
 
“A pornografia dos anos 60 ou 70, por exemplo, uma foto da revista Playboy, é para a juventude atual uma obra de arte clássica. Em comparação com o que se pode ver na Internet. Duvido que a maioria das pessoas normais conheça até que ponto se tornou infame e asquerosa a pornografia atual”.
 
Ninguém no mundo pode dizer com precisão quantos sítios pornográficos existem no planeta e quantas pessoas os visitam diariamente. E quanto ganham os barões mundiais da pornografia com essas entradas. Todos os dados são bastante relativos. A revista Rolling Stone, por exemplo, escreve que, diariamente, quase 30 milhões de pessoas olham pela “janela pornográfica” da Internet.
 
O anuário da CIA revela que 30 mil usuários da Internet veem, por segundo, materiais pornográficos e que o lucro líquido anual da pornografia virtual nos EUA, país que lidera a produção de filmes pornográficos, aproxima-se dos 3 mil milhões de dólares. 

Em todo o mundo, a pornografia virtual rende anualmente 4,9 mil milhões de dólares. Outras fontes afirmam que os lucros já atingiram os 10 mil milhões e que a quantidade de sítios pornográficos ultrapassou os 7, os 10 ou os 15 milhões. Seria bom que a NSA, principal departamento americano de espionagem eletrónica, monitorizasse isso. Mas, segundo Edward Snowden, ela está ocupada com coisas totalmente diferentes.
 
O que apenas se sabe mais ou menos ao certo é que as normas de lucro da indústria pornográfica são fantásticas. Um filme, cuja produção custa entre 25 a 125 mil dólares, traz lucros de cerca de 2 milhões.
 
O Dr. William Struthers, do Wheaton College, em Illinois, afirma que os homens “estão presos” de forma mais forte à pornografia, tal é a constituição do seu cérebro, e nada há a fazer com isso:
 
“No nosso país, com as mulheres, há uma diferença como entre os aparelhos de televisão de “alta definição” e os televisores comuns. A pornografia é o sinal e o cérebro é o recetor. Alguns recetores são melhores do que outros. Não é de admirar que os homens sejam os consumidores fundamentais de pornografia. E tudo isto porque, do ponto de vista da neurologia, os seus recetores estão melhores preparados para captar esses sinais”.
 
Em termos gerais, a luta contra o vício da pornografia é muito semelhante à luta contra o tráfico de droga e todos os seus derivados. A única diferença é que não fuzilam pela pornografia. E em torno desta luta há muitos equívocos, baseados no niilismo jurídico.
 
O primeiro consiste em que toda a Escandinávia e a Holanda são uma espécie de “zonas pornográficas livres”. Nada disso. Não há países desses no mundo. Todos, em diferente medida, proíbem a pornografia: a infantil é proibida em toda a parte e castigada por lei. A diferença está no afinco com que se empregam as leis.
 
Na República Popular da China, a pena de prisão por divulgação de pornografia é de 5 anos. O segmento chinês da Internet é o maior do mundo pela quantidade de utilizadores. Hoje, ela ultrapassou os 300 milhões de pessoas. Anualmente, nesse país, são detidas mais de 5 mil pessoas e aberto um número semelhante de casos por alegada divulgação de pornografia. Desde 2009 que já foram aí bloqueados cerca de 14 mil sítios pornográficos.
 
Leis mais severas existem no Vietnam. Aí, a lei prevê 12 anos de prisão por produção e divulgação de pornografia. Até na Arábia Saudita, segundo a lei sobre o crime virtual de 2008, a pena é menor: 5 anos de prisão e uma multa de 3 milhões de reais (um pouco menos de 1 milhão de dólares norte-americanos)
 
Na Holanda, a divulgação de pornografia é castigada com apenas dois meses de prisão (na maior parte das vezes, a prisão não se concretiza). Na Índia, com as suas tradições históricas de erotismo, pode-se ser condenado a 3 meses. Na Islândia e Suécia, a meio ano. Na maioria dos países da Europa, as penas vão de 1 a 2 anos. As penas mais pesadas são na Ucrânia: 7 anos, o que não impede que esse país esteja na linha da frente do fornecimento de atores para filmes pornográficos.
 
Os próprios alemães constataram que a dependência da pornografia na Internet complica seriamente a vida. Cientistas da Universidade de Duisburg-Essen na Alemanha provaram, através de experiências, que a excitação sexual cria dificuldades ao trabalho da memória. Ao assistir a pornografia na NET, algumas pessoas esquecem-se de dormir, falham encontros importantes e fogem aos deveres laborais. Quem discute isso...
 
 

 

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