terça-feira, 21 de outubro de 2014

Internet - Banco J. P. Morgan: a maior fuga de informações na história dos EUA.

Em junho de 2014, os piratas informáticos tiraram informações secretas sobre 80 milhões clientes do banco norte-americano JPMorgan Chase. Os criminosos obtiveram acesso a 90 servidores digitais desta entidade bancária.


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© REUTERS/Eduardo Munoz

Os seus dirigentes se apressaram a acalmar a opinião pública: os malfeitores haviam logrado conhecer somente os endereços dos clientes e não os demais dados importantes ou o dinheiro. 

Mas para que era necessário esconder o fato da fuga de informações?

Apesar de o caso tão grave ter ocorrido em junho, o banco reconheceu isso só depois de um artigo publicado pelo periódico The New York Times.
O “pé de Aquiles” da Banca são os riscos relativos à sua reputação, tanto mais quando se trata de um gigante financeiro com o J.P. Morgan. Por isso, a sua direção tinha motivos sérios para camuflar a informação sobre o arrombamento informático, constata o perito na área de segurança informática, Nikolai Dimlevich:
“Cada banco possui um sistema de proteção cibernética especial da base de dados. Se os piratas conseguem penetrar nele e abrir a base, tal fato pode causar um dano à reputação do banco. E não só: podem ser causados danos diretos, já que antes disso a informação havia sido segurada nos termos de um contrato entre o banco e o cliente. Por isso, a informação sobre aquele ataque informático não foi tornada pública, o que constitui um ato de violação do contrato vigente. Assim, o banco sofre enormes prejuízos em forma de recompensas e perda de clientes reais e eventuais”.
Tais roubos vão se tornando cada vez mais frequentes. Um brusco aumento de crimes virtuais se deve ao impetuoso desenvolvimento de tecnologias informativas que, por vezes, carecem de mecanismos de proteção adequados, mesmo nas entidades bancárias como o J.P. Morgan.
Os piratas informáticos se aproveitam de códigos vulneráveis, desleixo de funcionários que, por vezes, se esquecem de guardar em segredo os dados, utilizando as senhas simples. Não se descarta a possibilidade de conluios com o pessoal.
Nos últimos tempos, os hackers parecem ter tido menos problemas no seu trabalho. Ao passo que se desenvolvem os bancos on-line, os sistemas de compras digitais e pagamentos eletrônicos, também vai crescendo o volume de dados pessoais roubados. Frequentemente os clientes “expõem” na internet seus dados pessoais e informações financeiras, salienta o analista da empresa Investkafe, Timur Nigmatullin:
“Tais fenômenos se relacionam mais com a ingenuidade, a falta de experiência e de cuidado. Mais um fator importante: os cartões de crédito tinham sido criados como análogos de dinheiro. O seu nível de proteção é tal que não permita complicar o seu uso em relação ao dinheiro de contado em notas e moedas. Por exemplo, você não pode deixar uma bolsa com dinheiro num local público e não estar de olho.
Mas por é que você deixa dados de cartões e depois se estranha com o desaparecimento do dinheiro de sua conta bancária? Você tem de estar mais atento e prudente mediante recomendações prestadas por bancos. Se pode limitar ou proibir pagamentos online através do seu cartão de crédito e depois ativar este tipo de serviço quando for necessário fazer o pagamento”.
Além disso, na Internet se pode criar um cartão virtual e, depois de um ato de compra, eliminá-lo. É um sistema de pagamento seguro que se oferece por muitos bancos, incluindo os russos. Utilizando tais instrumentos de proteção, você vai poupar tempo, nervos e seu dinheiro.


Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_21/Banco-Jp-Morgan-a-maior-fuga-de-informa-es-na-hist-ria-dos-EUA-0986/

domingo, 12 de outubro de 2014

Wikileaks: PSDB prometeu entregar o pré-sal aos norte-americanos. Notícias de ontem.


Telegrama enviado da embaixada americana para o Departamento de Estado dos Estados Unidos, vazado pelo Wikileaks, denuncia que Serra prometeu entregar o pré-sal às petroleiras do exterior.
“Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria afirmado Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, sobre a lei proposta pelo governo. Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.
Wikileaks: Estados Unidos influenciaram golpe no Paraguai
“Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.
Nos bastidores, o lobby pelo pré-sal, por Natalia Viana.

“A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?”. Este é o título de um extenso telegrama enviado pelo consulado americano no Rio de Janeiro a Washington em 2 de dezembro do ano passado.

Como ele, outros cinco telegramas a serem publicados hoje pelo WikiLeaks mostram como a missão americana no Brasil tem acompanhado desde os primeiros rumores até a elaboração das regras para a exploração do pré-sal – e como fazem lobby pelos interesses das petroleiras.
Os documento revelam a insatisfação das pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em especial, com o fato de que a Petrobras será a única operadora – e como elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei.
“Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria afirmado Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, sobre a lei proposta pelo governo . Segundo ela, o tucano José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.
Partilha
Pouco depois das primeiras propostas para a regulação do pré-sal, o consulado do Rio de Janeiro enviou um telegrama confidencial reunindo as impressões de executivos das petroleiras.
O telegrama de 27 de agosto de 2009 mostra que a exclusividade da Petrobras na exploração é vista como um “anátema” pela indústria.
É que, para o pré-sal, o governo brasileiro mudou o sistema de exploração. As exploradoras não terão, como em outros locais, a concessão dos campos de petróleo, sendo “donas” do petróleo por um deteminado tempo. No pré-sal elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Para a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, a Petrobras terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores americanos.
A diretora de relações governamentais da Chevron, Patrícia Padral, vai mais longe, acusando o governo de fazer uso “político” do modelo.
Outra decisão bastante criticada é a criação da estatal PetroSal para administrar as novas reservas.
Fernando José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia, chega a dizer ao representante econômico do consulado que a nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, para ele, seria político: “O PMDB precisa da sua própria empresa”.
Mesmo com tanta reclamação, o telegrama deixa claro que as empresas americanas querem ficar no Brasil para explorar o pré-sal.
Para a Exxon Mobile, o mercado brasileiro é atraente em especial considerando o acesso cada vez mais limitado às reservas no mundo todo.
“As regras sempre podem mudar depois”, teria afirmado Patrícia Padral, da Chevron.
Combatendo a lei
Essa mesma a postura teria sido transmitida pelo pré-candidtao do PSDB a presidência José Serra, segundo outro telegrama enviado a Washington em 2 de dezembro de 2009.
O telegrama intitulado “A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?” detalha a estratégia de lobby adotada pela indústria no Congresso.
Uma das maiores preocupações dos americanos era que o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da China, poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro.
Patrícia Padral teria reclamado da apatia da oposição: “O PSDB não apareceu neste debate”.
Segundo ela, José Serra se opunha à lei, mas não demonstrava “senso de urgência”. “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, teria dito o pré-candidato.
O jeito, segundo Padral, era se resignar. “Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, teria dito sobre o assessor da presidência Marco Aurelio Garcia e o secretário de comunicação Franklin Martins, grandes articuladores da legislação.
“Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como empurrar a decisão para depois das eleições de outubro”, conclui o telegrama do consulado.
Entre os parceiros, o OGX, do empresário Eike Batista, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Confederação Naiconal das Indústrias (CNI).
“Lacerda, da Exxon, disse que a indústria planeja fazer um ‘marcação cerrada’ no Senado, mas, em todos os casos, a Exxon também iria trabalhar por conta própria para fazer lobby”.
Já a Chevron afirmou que o futuro embaixador, Thomas Shannon, poderia ter grande influência nesse debate – e pressionou pela confirmação do seu nome no Congresso americano.
“As empresas vão ter que ser cuidadosas”, conclui o documento. “Diversos contatos no Congresso (brasileiro) avaliam que, ao falar mais abertamente sobre o assunto, as empresas de petróleo estrangeiras correm o risco de galvanizar o sentimento nacionalista sobre o tema e prejudicar a sua causa”.
Fonte: Wikileaks

São Paulo: Onde os tucanos não têm vez: em Hortolândia, política na rua muda a eleição.

Único município onde Alckmin não venceu, chamada de 'cidade-dormitório' no passado, Hortolândia melhora índices sem depender do governo do estado.
por Redação RBA publicado 10/10/2014 14:29, última modificação 10/10/2014 18:49
São Paulo – Em ato com a militância paulista do PT na noite de ontem (9), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva listou os nomes das cidades que já foram ou são governadas pelo partido no estado para enfatizar que, apesar da reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno, com 57% dos votos, em São Paulo "tem muito petista, sim". Hortolândia é a prova: a cidade, a 110 quilômetros da capital, foi a única a dar vitória ao petista Alexandre Padilha, que ficou à frente de Paulo Skaf (PMDB) e Alckmin. O fato deu ao prefeito Antonio Meira lugar de destaque nos palanques, desde que saíram os resultados do primeiro turno das eleições, realizado no último domingo (5).
Enquanto cientistas políticos tentam decifrar como Alckmin mantém-se firme como primeira opção do eleitorado paulista apesar dos problemas graves de gestão, a explicação para o sucesso petista em Hortolândia é simples para as lideranças locais. "É rua, rua e rua", resume a deputada estadual Ana Perugini (PT), eleita deputada federal com a preferência de 50 mil dos 140 mil eleitores da cidade. "Faço reuniões todos os dias. Não gosto de cavalete, de campanha no meio da rua, carro de som. Prefiro campanha nas casas, com muitas reuniões, com um período maior de diálogo com as pessoas", afirma.
Segundo Ana Perugini, a tradição de montar rodas de diálogo com a população remonta à história da própria cidade, construída paralelamente ao PT e a movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) – que, em 1985, fundou ali um dos primeiros assentamentos, o Assentamento 2.
Hortolândia é um município jovem, que surgiu como distrito da cidade vizinha Sumaré, onde, a partir dos anos 1970, diversas famílias de operários, muitos vindos de outros estados ou de outras cidades paulistas, chegaram com o objetivo de buscar emprego nas indústrias da região de Campinas. A emancipação veio em 1991, quando a cidade ainda era vista como "dormitório" e a estrutura para os moradores era pouca. "Naquele período, tínhamos muita 'fartura': 'fartava' tudo. Faltava água, luz, transporte público, escola, e, por isso, nos organizamos em torno das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) para mudar isso", conta Ana.
Formada quase inteiramente por trabalhadores, sem uma classe média tradicional, e uma elite local pequena, a cidade foi construída coletivamente, uma conquista por vez. "Foi uma trajetória de lutas da cidade em que nunca nada foi dado de presente. Eu acredito que isso seja muito importante nesse processo de construção, porque, de lá para cá, não mudamos nossa prática", avalia a deputada, para quem o "grande crime" da mídia tradicional é criar ojeriza à política.
"As transformações acontecem pela política e não pela negação da política. Existe uma campanha permanente contra a política, e, durante a campanha, nós tivemos um período muito curto para defender os processos democráticos. Deveríamos ter mais tempo de campanha para poder fazer o diálogo", reclama a deputada.
RBA
Ana
Deputada Ana Perugini durante reunião com comunidade de Hortolândia

Educação política

O diálogo político permanente com a população é uma das diretrizes elencadas pelo prefeito Antonio Meira como diferencial da gestão municipal de Hortolândia: quando o PT assumiu o governo pela primeira vez, em 2004, com Ângelo Perugini, deu início à aplicação do Orçamento Participativo, programa de consulta popular que colhe sugestões da população para a definição do orçamento anual da prefeitura. A partir da eleição de Meira, a administração municipal buscou um novo modelo e substituiu o OP pelo Prefeitura na Comunidade, caravana do primeiro escalão do governo municipal que vai aos bairros da cidade quinzenalmente coletar sugestões e reclamações. Eventualmente, ajuda a explicar o funcionamento do poder público.
"Duas vezes por mês, toda a equipe de secretariado vai aos bairros para atender às demandas da população. Preferimos esse modelo porque o Orçamento Participativo tradicional é apenas anual, envolvia menos as pessoas", conta Meira. "E então, enquanto você discute os serviços da prefeitura, explica também o que é responsabilidade do governo federal e do governo estadual. Mães vêm reclamar quando seus filhos chegam ao ensino médio e eu tenho de dizer que, apesar do apoio que a prefeitura dá, esse serviço é do governo estadual", avalia Meira, sobre os motivos pelos quais a população de Hortolândia é mais inclinada a reprovar o governo do PSDB.
"O governo do estado tem sido inerte em nossa cidade. Na questão da segurança pública, por exemplo. Se o município parar de pagar o aluguel das delegacias, vamos perder quatro postos, entre civis e militares. A prefeitura paga aluguel, água, luz, telefone e fornece funcionários. Tenho de fazer, inclusive, uma homenagem a esses homens que se expõem e arriscam suas vidas para salvar as nossas, com uma estrutura totalmente inadequada, uma viatura sem condições", lamenta o prefeito.
Contam a favor da administração na cidade, ainda, os resultados da última década: redução do desemprego de 17% para 2% com atração de empresas de alta tecnologia, elevação da coleta de esgoto de zero para 85%, além de parcerias importantes com o governo federal, como a construção de 3 mil moradias populares pelo Minha Casa, Minha Vida, obras visíveis na entrada da cidade. "Se a população sabe as responsabilidades dos governos, pode comparar gestões", pontua o prefeito.
O investimento mais visível do governo do PSDB na cidade, embora este seja parceiro do projeto do Minha Casa, Minha Vida, é o complexo que soma uma penitenciária e três Centros de Detenção Provisória (CDPs), com capacidade para 5,3 mil detentos. A cadeia foi inaugurada em 1986, quando a cidade ainda era distrito de Sumaré, mas os três CDPs foram entregues em 2003, já na gestão de Alckmin.

Investimento em cultura

O atendimento gradual às demandas mais concretas dos moradores de Hortolândia abriu espaço para outro fronte, normalmente negligenciado pelos governos: a cultura. O município é um dos mais ativos em parcerias com o Ministério da Cultura e um dos poucos no estado a contar com um Plano Municipal de Cultura. "A Secretaria de Cultura foi criada em 2011, desmembrada da antiga Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer. Essa secretaria havia sido criada em 2008. Antes disso, havia apenas uma diretoria de cultura na Secretaria de Educação", conta Patrícia Banhara, diretora municipal de Cultura.
A partir de consultas populares ao longo de 2012, o município firmou metas para os próximos dez anos na área cultural em lei aprovada na Câmara Municipal, com garantia de orçamento mínimo de 1% destinado à pasta. "São diretrizes que não estão em uma planilha de Excel, mas em lei. Mesmo que houvesse mudança de governo, estaria garantido o investimento. Nós sabemos como a área da cultura é a primeira a receber cortes quando muda uma administração", analisa Patrícia.
RBA
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Jovens de Hortolândia fazem grafiti em biblioteca como parte de oficina cultural




















O orçamento total da Secretaria de Cultura, incluídos salários de funcionários, é de R$ 7,8 milhões anuais, de um total de R$ 68 milhões anuais – pouco mais de 10%. A principal ação municipal são os editais de credenciamento para artistas locais, que apresentam projetos para ministrar oficinas públicas.

Assim, a prefeitura busca remunerar a produção local e multiplicar as oportunidades para novos artistas. O próximo objetivo é conquistar reconhecimento de nível técnico aos diplomas de música oferecidos pela prefeitura.
"Cultura não é pílula contra violência, para o jovem ficar longe das drogas. Você pode capacitar para a produção, gerar renda, estabelecer como profissão. E assim você incentiva a circulação cultural no município", diz Patrícia. Com Pontos de Cultura ativos há três anos, a prefeitura aguarda o redesenho do programa Mais Cultura para apresentar projetos a novas unidades no município.
Com esse portfólio, Meira se diz "indignado" com as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sobre os "mais desqualificados" que votam no PT. "Vimos uma reação nas redes sociais lamentável. Naquele momento da apuração dos votos, quando só aqui venceu o PT, chamaram Hortolândia de Nordeste de São Paulo, com viés preconceituoso. Fiquei indignado. Nós somos uma cidade de todos e todas, formada, sim, por pessoas de todos os lugares. Esse é nosso maior valor", afirmou.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

PETROBRAS E PASADENA

http://encontrosp.blogspot.com.br/2014/10/petrobras-e-pasadena.html
1) O que é a Petrobras?
A Petrobras é uma empresa sociedade anônima de capital aberto, cujo acionista majoritário é o governo brasileiro, atua como uma empresa integrada de energia nos seguintes setores: exploração e produção, refino, comercialização, transporte, petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, energia elétrica, gás-química e biocombustíveis
Ela nasce dia 3 de outubro de 1953, com a assinatura de Getúlio Vargas promulgando o decreto, com o objetivo de executar as atividades do setor petrolífero nacional.
A estatal é o resultado de uma campanha popular iniciada em 1946, cujo slogan permanece lembrado até os dias de hoje: “O Petróleo é nosso”.
Apesar de ter sido criada em 1953, a petrolífera só iniciaria suas operações no ano seguinte, após herdar do Conselho Nacional de Petróleo duas refinarias, que – juntas – produziam 2663 barris, o equivalente a 1,7% do consumo à época. O petróleo e seus derivados, em 1954, representavam 54% do consumo energético do País. (http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/trajetoria/)
2) Mas ela não é puramente estatal? Há acionistas?
A Petrobras tem sócios privados desde seu início, apesar de sempre ter sido controlada pelo governo.
Em 1997, por meio da Emenda Constitucional nº 9 aprovada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2005-10-16/quebra-do-mon...), o governo vendeu parte de suas ações.
Isso não só tirou o poder do governo brasileiro sobre a empresa criada por Getúlio Vargas, como abriu o caminho para uma possível privatização (enquanto ela era monopólio estatal não poderia ser vendida).
3) Mas é verdade que o Fernando Henrique quis privatizar a Petrobras?
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse à Folha que o modelo de gestão da empresa no governo tucano (1995-2002) reduzia a exploração petrolífera, desmembrava a área de refino, inibia investimentos e deixava o custo para a empresa e o lucro para o setor privado.
Há inclusive documento no Fundo Monetário Internacional que comprova a tentativa do governo tucano de privatizar a estatal:
“The government intends to accelerate and further broaden the scope of its privatization program–already one of the most ambitious in the world. In 1999 it intends to complete the privatization of federal electricity generation companies, and in 2000 it will begin the privatization of the electricity transmission network. At the state level, most remaining state-owned electricity distribution companies are expected to be privatized in 1999. The government has also announced the intention to sell in 1999 its remaining shares of previously privatized companies (notably Light and CVRD), as well as the remaining portion of the noncontrolling share of Petrobrás. The legislative framework for the privatization or leasing of water and sewage utilities is being prepared. The government also intends to accelerate the privatization of toll roads and the sale of its redundant real estate properties. Total receipts from privatization are projected at around R$27.8 billion (nearly 2.8 percent of GDP) (of which R$24.2 billion at the federal level) in 1999 and at R$22.5 billion over the period 2000-2001.”
O governo também anunciou a intenção de vender em 1999 a parte remanescente nas participações de empresas previamente privatizadas (ressalta-se Light e Vale), assim como a participação remanescente das ações da Petrobras. (Tradução livre do trecho sublinhado:http://www.imf.org/external/np/loi/1999/030899.htm)

4) E o que aconteceu para que ela não fosse privatizada?
Quando o presidente Lula foi eleito, o projeto de privatizar foi deixado para trás.
Com a entrada do governo do PT, em 2002, o plano foi cancelado. A receita da Petrobras, no ano de 2002, era de R$ 69,2 bilhões. Em 2012, saltou para R$ 281,3 bilhões.
Nos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, a empresa aumentou em 73% a produção de petróleo nacional, ao passo que a produção mundial aumentou apenas 12%.
Segundo a própria Petrobras a companhia teve um crescimento de US$ 192,5 bilhões de valor de mercado, entre dezembro de 2002 e novembro de 2009, passando de US$ 15,4 bi para US$ 207,9 bi. (http://fatosedados.blogspetrobras.com.br/2009/11/10/em-oito-anos-a-petro...)
Ou seja, durante o governo do presidente Lula, a Petrobras teve crescimento de 1250%.
5) Mas eu li em algum lugar que a Petrobras desvalorizou…
Não é exatamente isso. A Petrobras teve queda no valor de mercado quando comparamos os governos do PT. Passou a valer, em 2013 R$ 214 bilhões aproximadamente.
Ou seja em comparação ao governo tucano a Petrobras continua muito valorizada, mas isso ainda não explica tudo.
Na verdade, quem comprou ações da Petrobras com dinheiro do FGTS (prática incentivada pelo governo em 2000), teve uma valorização de 402%, enquanto os saldos dos que permaneceram com o dinheiro parado valorizou em torno de 90% durante o mesmo período.
Nos últimos meses as ações da petroleira tiveram valorização de mais de 50%.
6) O que faz uma empresa perder valor de mercado? Li que ela aumentou suas dívidas…
O Aumento de suas dívidas se deu por uma série de fatores que não refletem de modo algum, má gestão. O uso da gasolina (e, portanto, da Petrobras) para segurar a inflação e investimento em refinarias
Quando a presidenta Dilma escolhe não subir a inflação ela está fazendo uma opção clara em valorizar o salário dos trabalhadores. Com a inflação mais baixa e o salário mínimo mais alto, o salário da população rende mais, o que implica em maior poder de compra e aquecimento da economia.
A gasolina que nós colocamos em nosso carro não é igual ao petróleo que a Petrobras extrai. Antes ela precisa passar por algo que se chama ‘refino’.
A Petrobras toma dinheiro emprestado para financiar os seus investimentos, para produzir o petróleo do pré-sal, as novas refinarias, as novas fabricas de fertilizantes, os novos gasodutos e oleodutos.
7) E por que isso causa dívidas? Não é o que toda petroleira faz?
Não, nem todas as petroleiras participam de todo o processo, algumas só refinam, outras só extraem, etc.
Mas a questão é que a Petrobras não tinha capacidade de refino do óleo extraído. A última refinaria em solo brasileiro, antes do governo da presidenta Dilma, havia sido inaugurada em 1976 (Refinaria Getúlio Vargas).
Depois de 1976, a Petrobras voltou a construir refinaria em solo nacional somente em 2009, ainda no governo Lula (http://pt.wikipedia.org/wiki/Refinaria_Potiguar_Clara_Camarão).
Depois disso, iniciaram-se as construções das Refinarias: Abreu e Lima (com previsão de entrega para 2014); Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (68% das obras concluídas até janeiro de 2014); Refinaria Premium I e Premium II.
Quando a empresa opta por construir refinarias, ela necessariamente precisa investir dinheiro. Daí ela tira dinheiro de caixa ou pega empréstimo. Pegando empréstimo a dívida bruta aumenta, mas o caixa se mantém.
8) Mas por que é ruim refinar fora do país?
Porque encarece a gasolina. A gasolina é um dos principais fatores para aumento da inflação, sobretudo num país que usa quase exclusivamente as rodovias como modo de distribuir a produção interna.
Então o que fez o governo? Para não subir a inflação, obrigou a Petrobras a segurar o preço da gasolina. Sem repassar os custos aos consumidores finais, a estatal tem prejuízo.
9) Mas isso não é ruim?
É uma escolha, social. A inflação baixa faz render o salário dos trabalhadores, especialmente daqueles que ganham menos.
10)   Então a saúde financeira da Petrobras está em risco?
Não. O caixa da Petrobras, segundo declarou a presidenta Graça Foster aos senadores no dia 15 de abril de 2014, possui 50 Bilhões de reais.
O empréstimo é pago de forma parcelada (e para grandes valores os juros costumam ser proporcionalmente menores, além de ter incentivos, etc.).
11) E essa história de contratar sem licitação?
O regime de contratação sem a necessidade de se licitar vem da DL 2.745 / 98 (Regulamento Procedimento Licitatório Simplificado).
Foi o presidente Fernando Henrique Cardoso, que a assinou.
Ela serve para dar agilidade às grandes contratações. No Brasil existem outras empresas produtoras de petróleo, que funcionam como empresas privadas e competem diretamente com a Petrobras.
O Regime Simplificado de Contratações serve para dar à Petrobras melhores condições de competir com o setor privado.
12) Isso é ruim?
Não necessariamente.
Foi uma boa medida do presidente FHC para agilizar os processos e com isso diminuir prejuízos.
Isso não significa que não há regras para a contratação, a estatal precisa apresentar 3 orçamentos, entre outras seguranças.
E tudo é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria Geral da União, além do Ministério Público Federal, já que a Petrobras ainda é uma estatal.
13) E quanto à corrupção? A Petrobras é corrupta?
Nenhuma empresa do porte da Petrobras está totalmente livre de ações corruptas. Mas a Petrobras é uma das empresas mais transparentes do mundo.
Em 2013 ela foi selecionada pelo oitavo ano consecutivo para integrar o Dow Jones Sustainability Index World (DJSI World) da Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos.
No período, a empresa recebeu sete vezes nota máxima no critério transparência e agora também na categoria liberações ao meio ambiente. Houve destaque ainda nos critérios impacto social nas comunidades, políticas e sistemas de gestão ambiental e gerenciamento de risco e crise. O mais importante índice mundial de sustentabilidade, avalia as melhores práticas de gestão social, ambiental e econômica no mundo (http://www.enfpt.org.br/node/938).
A Petrobrás recebeu sete vezes nota máxima no critério transparência e agora também na categoria liberações ao meio ambiente.
14) E a Petrobras dá lucro?
Hoje, a Petrobras é líder mundial em exploração de águas profundas (http://www.enfpt.org.br/node/933).
A produção nacional de barris de petróleo também tem batido recordes, em 2011, estatal brasileira aumentou a produção diária de petróleo e gás em 1,6%, para 2,376 milhões de barris.
As reservas comprovadas subiram 2,7% e atingem 16,4 bilhões de barris. Exploração continua concentrada no Rio de Janeiro, que responde por 68% do total.
No exterior, empresa extrai 10% dos barris (http://www.enfpt.org.br/node/939).
A empresa conquistou a confiança do mercado internacional, e tem sido de fundamental importância para o desenvolvimento econômico e cultural de nosso País.
Foi eleita em 2012 pelo segundo ano consecutivo, a Petrobras é a única empresa latino-americana incluída no ranking das 100 corporações globais de melhor reputação, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (07/06) pelo Reputation Institute, instituto privado de assessoria e pesquisa com sede em Nova York e escritórios em dez países (http://www.enfpt.org.br/node/940).
O lucro da Petrobras foi de quase R$ 5,5 bilhões de reais no primeiro semestre de 2014.
Poderia ter sido de mais de R$7 bilhões se não tivesse reservado uma parte para pagamento de um programa de aposentadorias estimuladas que vão reduzir as despesas no futuro.
Esse programa de aposentadorias não ocorrerá nos próximos semestres indicando o crescimento dos lucros da empresa.
15) E o Pré-Sal, o que é?
O petróleo em camadas de pré-sal no Brasil foi descoberto pela Petrobras no fim de 2006. Pré-sal é, na realidade, a camada de petróleo que fica entre 5 e 7 mil metrôs abaixo da linha do mar, anterior à camada de sal – daí o nome – depositado no fundo dos oceanos. A camada de sal pode ter até 2 mil metros de espessura.
Além do petróleo, o Pré-Sal também produzirá gás natural. Isso porque ele também é um combustível fóssil, e é encontrado nos reservatórios de petróleo e pode estar associado ou não ao óleo.
A Petrobras já está, sete anos depois da descoberta, produzindo quase meio milhão de barris de petróleo por dia no pré-sal, o que é um extraordinário feito considerando que esse volume de produção demorou muito mais tempo para ser alcançado depois das descobertas no Golfo do México e no Mar do Norte.
O pré-sal também motivou uma mudança na lei de distribuição dos royalties do petróleo. Os royalties são os valores em dinheiro pagos pelas empresas produtoras aos governos para ter direito à exploração.
No caso do pré-sal, a União terá sua fatia nos royalties reduzida de 30% para 20%. Os estados produtores também tiveram uma diminuição em sua fatia, em prol dos estados não produtores.
16) E qual a importância do Pré-Sal para o Brasil?
A fatia da União (os 20% que citamos acima) teve sua destinação fixada em 75% para a educação e 25% para a saúde referentes aos royalties.
Além dos royalties, os novos campos geram riquezas através do Fundo Social do Pré-Sal.
O Fundo é composto pela parcela referente à União, das riquezas produzidas no Pré-Sal (15%). Deste fundo, 50% será destinado à educação enquanto a outra metade pode ser utilizada pelo Estado para que seja investido em outras áreas sociais.
A camada do pré-sal representa um acréscimo significativo na produção nacional de barris de petróleo. A exploração do pré-sal já produziu 250 milhões de barris e, claro, esse número só crescerá nos próximos anos, conforme a exploração de novos campos.
17) Mas e essa história de Pasadena?
A refinaria de Pasadena foi alvo de recentes denúncias relacionadas ao preço que a Petrobras pagou para adquiri-la. Achamos por bem, esclarecer alguns pontos.
O primeiro deles é que a decisão de adquirir Pasadena foi tomada antes do pré-sal existir como realidade, ainda em 2006. Como a principal polêmica sobre Pasadena refere-se ao valor da refinaria, é preciso entender melhor como este preço é formado.
De 1º de janeiro de 2005 a 1º de janeiro de 2007 o preço do barril de óleo (este preço é utilizado para ajudar a definir o valor de uma refinaria) fechava numa média de U$61.96 o barril. Foi nesta época que a compra de Pasadena se deu.
Já no período de 1º de janeiro de 2007 a 1º de janeiro de 2009 (depois do pré-sal e da crise de 2008), o petróleo fechou ao custo de U$84.96. (Investing.com).
Isso é justamente a importância do petróleo frente aos derivados.
Resumidamente há dois “tipos de petróleo”: o pesado e o leve. O pesado é serve somente para óleo combustível. Já o óleo leve, serve para que se produzam os derivados: gasolina, gás, nafta, etc.
Com a alta do barril de petróleo e a baixa do preço dos derivados a margem de lucro do refino de óleo pesado cai e a refinaria passa a valer menos.
18) Quanto, afinal, a Petrobras pagou por Pasadena?
Para responder essa pergunta também é preciso desmontar o total pago e entender de onde vem o valor. A compra de Pasadena se deu em 2 partes: metade em 2006 e a outra metade, com preço arbitrado pela justiça, em 2012.
O valor total, dito tanto por Cerveró (ex-diretor da Área Internacional da Petrobras e principal articulador das negociações envolvendo Pasadena), quanto por Foster (atual presidenta da Petrobras), é de cerca de 1,2 Bilhão.
Na primeira compra, ou seja, quando a Petrobras adquiriu 50% da refinaria (2006), foi pago (link), segundo o ex-presidente da estatal, José Sergio Gabrielli ao congresso:
    U$ 190 milhões pela refinaria
    U$ 170 milhões pela reserva de estoque da refinaria
Uma confusão comum é ignorar a diferença entre custo da refinaria e custo do estoque dela.
Os outros 50% foram frutos de um acordo extrajudicial.
19) E por que um acordo extrajudicial?
A Astra quando vendeu 50% do patrimônio de Pasadena perdeu o poder de decisão. A Petrobras junto com os 50% também ficou com o poder de decidir quando, quanto e em quê investir.
Daí começaram as divergências. A Petrobras que é uma gigante do setor, resolveu investir pesado em Pasadena, porque, como vimos, em 2006 isso era lucrativo.
Foi lucrativo até meados de 2008 (antes da crise). A Astra não tinha interesse em investir pesado ali. Só que com a Petrobras investindo a sócia ficaria obrigada a investir valor igual.
A Astra então teria tentado comprar de volta metade da empresa. A Petrobras que estava olhando para Pasadena como fonte de lucro futuro e pensando em investir pesado não aceita e entra na justiça para comprar a parte da ASTRA segundo a cláusula Put Option.
20) E por que pagou tanto por 50% em 2012?
    US$ 554 milhões com a compra de 100% das ações da PRSI-Refinaria
    US$ 341 milhões por 100% das quotas da companhia de trading (comercializadora de petróleo e derivados)
    US$ 354 milhões com juros, empréstimos e garantias, despesas legais e complemento do acordo com a Astra.
Ou seja, nada. Absolutamente nada de anormal nos valores pagos pela refinaria. Até a diferença entre os valores ditos pelo ex-presidente Gabrielli e pela presidenta Graça Foster, por exemplo, são simples. Foster disse que custou 1,2 Bilhões enquanto Gabrielli disse 940 milhões. A diferença se explica pelos juros pagos por conta de 4 anos de litígio mais o valor pago aos advogados pelo mesmo litígio.
21) Se a Petrobras pagou um preço justo, porque a Astra pagou tão pouco?
Em primeiro lugar é preciso esclarecer quanto a Astra Oil pagou por Pasadena. O custo não foi de 42,5 milhões de dólares como tem sido divulgado.
O custo da refinaria foi:
    U$ 42 milhões (valor dela)
    U$ 84 milhões (valor do investimento necessário para fazer a empresa funcionar, referentes a licenças ambientais)
    U$ 200 milhões (dívidas).
As informações foram passadas por Gabrielli, ex-presidente da Petrobras. A presidenta Graça Foster e o diretor Cerveró, ambos disseram que o custo foi no mínimo 360 milhões de dólares.
A presidenta Graça Foster e o diretor Cerveró, ambos disseram que o custo foi no mínimo 360 milhões de dólares.
Como a refinaria e a Astra não estavam à época, junto da Petrobras, só é possível ter acesso a parte dos documentos referentes à compra. Mas é sabido que mesmo o valor de 360 milhões de dólares, não leva em consideração a dívida que existia na empresa Crown, antiga detentora de Pasadena.
Ora, se a Astra pagou, no mínimo U$ 360 milhões de dólares com ela sem produzir absolutamente nada, é natural que o valor da empresa suba, especialmente no que se refere a sua reserva. Assim, em relação a operação realizada em 2012 deve ser considerado o valor de mercado da empresa mais o seu estoque.
Assim, em relação a operação realizada em 2012 deve ser considerado o valor de mercado da empresa mais o seu estoque.